A ordem natural das coisas e o esplendor de Portugal: a estética das ruínas em Lobo Antunes

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2012
Autor(a) principal: Santos, Carolina Barbosa Lima e
Orientador(a): Santos, Rosana Cristina Zanelatto
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufms.br/handle/123456789/1813
Resumo: Propomos neste trabalho uma leitura voltada para a perspectiva do horror sobre os romances O Esplendor de Portugal e A Ordem Natural das Coisas, ambos de António Lobo Antunes, escritor contemporâneo português. Trata-se de uma literatura fragmentada e violenta, que põe em cena, por meio do testemunho de suas personagens, elementos íntimos e aparentemente negativos da natureza humana. Os discursos dessas personagens e os cenários compostos pela destruição, pela morte e pela miséria expõem-nos com intensidade problemas que assombram o cotidiano da realidade empírica, os quais, muitas vezes, encaramos como banais. A literatura de Lobo Antunes provoca, ataca e fere a sensibilidade de seu público ao encenar, numa poética de ruínas, questões relacionadas à violência (doméstica, física e psicológica), à dor, ao medo, ao autoritarismo e à exclusão social. Ao lermos suas obras, somos levados a refletir sobre os temas propostos pelo autor e dificilmente permanecemos imunes aos ataques do romancista. A reflexão sobre as questões problemáticas presentes nas obras, tais como a violência de gênero, as relações de poder e o estranhamento diante da alteridade, problemas presentes na cultura e na sociedade ocidental, justificam a relevância deste trabalho. O objetivo é propor ao leitor uma experiência estética acerca de sua realidade empírica, por meio da análise desses romances. Para a leitura dessas obras, valemo-nos da perspectiva teórica de autores como Márcio Seligmann-Silva e Jacques Derrida, que tratam da memória; Ronaldo Lima Lins e Hannah Arendt, pensadores que refletem sobre as forma pelas quais se manifesta a violência na arte e na cultura; Walter Benjamin e Homi K. Bhabha, filósofos que nos propõem reflexões sobre a cultura e a história como formadoras da identidade humana.