Colonialidade e tradição: desvelando a matriz de poder adjacente às práticas musicais/violinísticas de concerto
Ano de defesa: | 2021 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Minas Gerais
Brasil MUSICA - ESCOLA DE MUSICA Programa de Pós-Graduação em Música UFMG |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://hdl.handle.net/1843/48162 |
Resumo: | A prática do violino no âmbito da música de concerto é fortemente vinculada a certos pressupostos assentidos e incorporados tanto nos meios profissionais quanto de formação no instrumento. Está associada a uma tradição musical com características estabelecidas, que expressa normas e princípios, parte da “cultura legítima” segundo o pensamento moderno/eurocêntrico. Observa-se em sua essência uma compreensão particular sobre a música, orientada por uma construção ideológica que reflete as lógicas civilizatórias coloniais e, de forma naturalizada, mantém hierarquias e valores que reforçam as relações assimétricas entre Norte e Sul. Esta pesquisa aborda a tradição musical de concerto com ênfase na tradição violinística, considerando sua inserção no contexto latino-americano. Buscando contribuir com os estudos em Performance Musical observamos aspectos fundamentais da área, como o repertório e o cânone – que representam, para além de um conjunto determinado de obras musicais, o cerne do que é concebido como conhecimento válido ou legítimo neste âmbito artístico –, bem como questões vinculadas à institucionalização das práticas musicais em meios hegemônicos, como universidades e orquestras. Mediante estudo bibliográfico e análise de uma série de documentos oficiais (que inclui editais de concursos orquestrais, editais de processos seletivos para universidades, grades curriculares de cursos de graduação em música, temporadas e programas de concerto de orquestras, programas de recitais realizados em cursos de graduação em violino, entre outras fontes) explicitamos a homogeneização das práticas musicais-violinísticas de concerto na América Latina e, adotando como principal base conceitual/teórica o pensamento decolonial, buscamos desvelar a matriz de poder intrínseca a esta tradição musical, além de apontar algumas alternativas em direção a um possível – e gradual – desprendimento. Realizamos, ademais, um estudo prático-interpretativo direcionado a obras “periféricas” no âmbito da música de concerto, sugerindo a possibilidade de ampliação do repertório violinístico para além do cânone eurocentrado. |