Um polonês entre os vitorianos : a trajetória intelectual de Bronislaw Malinowski

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Franciely Carolina Dos Santos
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Minas Gerais
Brasil
FAF - DEPARTAMENTO DE HISTÓRIA
Programa de Pós-Graduação em História
UFMG
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/1843/67021
Resumo: A presente pesquisa busca analisar e compreender, por meio de uma biografia intelectual, as tensões da dualidade na trajetória intelectual do etnógrafo Bronislaw Kasper Malinowski (1884-1942) que corroboraram para a mudança no método etnográfico. Na história de constituição e consolidação da antropologia, enquanto um campo autônomo do conhecimento científico das ciências sociais, é possível identificar alguns momentos de transformação e de rupturas teórico-metodológicas e epistemológicas. No final do século XIX e início do século XX, demarcando uma posição crítica em relação ao conhecimento, de certa forma, fundamentado em relatos e dados coletados por viajantes, missionários e administradores de distritos colonizados, a “observação participante direta”, realizada por pesquisadores com “rigoroso treinamento científico”, é apresentada e defendida pela antropologia moderna como método adequado à elaboração do conhecimento sobre a cultura e o ser humano. Temos, então, o primeiro momento a partir do qual entende-se que a etnografia científica é a especificidade do fazer antropológico. Alguns antropólogos têm relevante contribuição e reconhecimento por seus pares como referência nesse processo. Por isso, o recorte analítico, aqui proposto, deu-se considerando, por um lado, as elaborações de um antropólogo que pode ser localizado como partícipe da “antropologia moderna positivista”, a saber: Bronislaw Malinowski, uma das principais expressões da antropologia social britânica e do paradigma estrutural-funcionalista. Diante de tal perspectiva, argumentamos que é imprescindível uma reflexão histórico-social que nos permita apreender o contexto no qual esse antropólogo elaborou suas concepções acerca da etnografia e do “objeto” de estudo antropológico, assim como suas concepções sobre o ser humano, sobre o mundo e de como ocorreu a elaboração de conhecimento acerca das interações socioculturais estabelecida. Nesse sentido, partimos do pressuposto de que tais acepções não resultam de uma elaboração individual e descolada do contexto histórico-político-econômico-cultural no qual o pesquisador, simultaneamente, é constituído e se constitui numa trajetória acadêmico-intelectual e profissional. Logo, um olhar para a obra etnográfica de Malinowski, Argonautas do Pacífico Ocidental: um relato do empreendimento e da aventura dos nativos nos arquipélagos da Nova Guiné melanésia ([1922] 1986), e o seu diário pessoal, Um diário no Sentido estrito do termo ([1967] 1997), fez-se necessário como fonte, a partir do qual nos propomos a apreender tais transformações e rupturas, e, ainda, uma revisão bibliográfica que nos permita um diálogo com autores que abordem a história da formação do campo teórico-metodológico e epistemológico da antropologia.