Expressões da ofensiva antigênero no Brasil : da transnacionalização às estruturas do estado

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Juliano Bonfim dos Santos
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Minas Gerais
Brasil
FAF - DEPARTAMENTO DE PSICOLOGIA
Programa de Pós-Graduação em Psicologia
UFMG
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/1843/71874
Resumo: Esse trabalho buscou compreender os contornos assumidos pelo Brasil na ofensiva transnacional antigênero. Para tanto, dedicou-se uma análise inspirada nas análises do discurso foucaultianas. O discurso aparece no pensamento de Michel Foucault quando ele busca compreender o que torna um discurso possível e não outro, ou seja, o que torna um discurso, e não outro, como verdadeiro. O autor não se preocupa necessariamente com o conteúdo dos discursos, mas com as condições de aparecimento de uma “formação discursiva”. Nesse sentido, o discurso da “ideologia de gênero” tem ocupado destaque em inúmeras controvérsias na arena pública e no espaço político brasileiro, principalmente nas disputas em torno da política de educação. Mas atualiza também debates antigos no que se refere a regulação das sexualidades, da concepção de família e de matrimônio. O discurso da “ideologia de gênero” pode ser compreendido como um discurso político que mobiliza grupos sociais, sujeitas e sujeitos em torno das políticas sexuais. No contexto brasileiro, se difundiu na arena pública principalmente pela via legislativa, a partir da atuação de parlamentares vinculados a uma agenda conservadora. Compreende-se que o Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos, criado em 2019 pelo então presidente Jair Messias Bolsonaro, é o marco da efetivação da política antigênero nas estruturas do Estado e materializa a racionalidade neoliberal que tem se feito presente nas democracias atuais.