Crenças: uma análise deste fator interveniente no comportamento do usuário da informação na tomada de decisão estratégica

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Bruno Nunes Bono
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Minas Gerais
Brasil
ECI - ESCOLA DE CIENCIA DA INFORMAÇÃO
Programa de Pós-Graduação em Ciência da Informação
UFMG
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/1843/43975
Resumo: A pesquisa teve como objetivo principal analisar se as crenças do estrategista interferem em seu comportamento no uso da informação, em situações de tomada de decisão vinculadas a riscos organizacionais. Realizou-se revisão de literatura relacionada aos principais construtos envolvidos, tais como: Biologia do Conhecer, de Maturana e Varela, riscos e tomada de decisão estratégicas, emoções e crenças pessoais e uso da informação. A produção acadêmica vinculada a essa problemática é escassa, de forma que esta pesquisa trilhou por caminhos muito pouco explorados. Para tal investigação, com abordagem qualitativa, foram entrevistados cinco estrategistas, diretores de cinco hospitais, tendo como ferramenta um roteiro de entrevista semiestruturado que após sua aplicação serviu como fonte de evidências para análise. Após essa fase de coleta de dados de campo foi utilizada a técnica de análise de conteúdo, construindo relações entre o referencial teórico e os dados coletados. A perspectiva seguida nesta pesquisa está consolidada no conhecimento gerado pela Biologia do Conhecer de que há constante interação entre sistemas e a consequente criação de um mundo individualizado, onde o ser humano age e reage continuamente ao longo de sua vida. E é nessa perspectiva ontogênica de interação com outros sistemas que as crenças pessoais se desenvolvem e se ajustam. Nesse desenrolar, os domínios de ação nos quais se interage fazem com que o caminhar experiencial próprio perfaça influências no comportamento do sujeito. Considerando a Biologia do Conhecer, a informação é acatada como uma perturbação advinda do ambiente, podendo ser aceita (ou não) pela estrutura do ser. Considera-se que o usuário da informação – o estrategista – exerce suas atividades rotineiras de decisões como Chief Executive Officer num contexto de influência de suas crenças, colocando em jogo a sustentabilidade organizacional. Decisões estratégicas quase sempre são carregadas de riscos que têm o poder de corromper a estabilidade empresarial. As crenças pessoais afetam de forma direta a capacidade do usuário da informação em efetuar a correta avaliação das dimensões de impacto para algo que possa dar errado. Quando se toma uma decisão, invariavelmente está envolvido um futuro. Algumas vezes, esse futuro é quase que imediato, outras vezes, as decisões podem repercutir num horizonte mais distante. Ao decidir, um estrategista crê que suas proposições estão certas. Crê principalmente que aquilo que ele espera, como provável no futuro, efetive-se. Esse grau de confiança é justamente o grau de crença racional do estrategista sobre a validade futura de suas proposições e decisões presentes, tendo como base informações disponíveis. Os dados obtidos com as entrevistas, após devida interpretação, retrataram como as crenças pessoais afetam o comportamento de um estrategista no uso da informação para uma ação decisiva em condições organizacionais de risco. Os principais resultados mostraram que há interferência das crenças pessoais no ato decisório. As crenças são formadas no caminhar ontogênico de cada ser, sendo que estas possivelmente têm a capacidade de atuar e influenciar no discernimento e compreensão da problemática. Em decorrência, as crenças são fatores cruciais no ato decisório. Tudo que os sujeitos fazem - a maneira como percebem, sentem, pensam e agem - é fruto de suas crenças, e evidências mostram que possivelmente por isso os sujeitos operam de formas diferentes em situações iguais. É notório que a definição de uma decisão está muito mais ligada à emoção vivenciada e à(s) crença(s) arraigada(s) no ser do que a informação avaliada propriamente dita.