Independência financeira de jovens adultos no Brasil: diagnóstico, causas e consequências demográficas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Matheus Menezes dos Santos
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Minas Gerais
Brasil
FACE - FACULDADE DE CIENCIAS ECONOMICAS
Programa de Pós-Graduação em Demografia
UFMG
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/1843/51954
Resumo: A independência financeira de jovens adultos ainda é um assunto pouco estudado no Brasil de forma quantitativa. Evidências sugerem que, devido a uma piora no seu mercado de trabalho, os jovens adultos em países desenvolvidos estão passando mais tempo financeiramente dependentes dos pais e, consequentemente, adiando o nascimento do primeiro filho por levarem mais tempo para atingir um patamar de segurança financeira. O objetivo desta tese é testar se a mesma a situação é observada no Brasil e se é homogênea através das classes socais, o que é desenvolvido em três artigos autocontidos. O primeiro artigo apresenta uma alternativa metodológica para mensurar independência financeira de jovens adultos no Brasil, e, a partir desta medida, comparar a realidade brasileira com a de países centrais e analisar a relação entre dependência financeira e corresidência com o pais, usando de regressões logísticas. O segundo artigo usa de regressão quantílica e decomposição quantílica para testar se houve uma queda dos salários relativos dos jovens adultos no Brasil ao longo das coortes e os determinantes desta eventual queda. O terceiro artigo, com regressão logística e decomposição logística, para observar se uma queda da renda dos casais entre 1982 e 2012 pode ter levado a um movimento de adiamento do primeiro filho. Os resultados se mostram sensíveis a gênero e classe social. A melhoria da situação das mulheres no mercado de trabalho, em termos de participação e avanço na carreira, proporcionou que elas, ao contrário dos homens, conquistassem ao longo do tempo maior independência financeira e maiores salários relativos. Os jovens de famílias mais pobres obtiverem aumento do salário relativo e da sua independência financeira, principalmente devido ao aumento da sua escolaridade. Os jovens de famílias mais ricas, por outro lado, vivenciam uma queda do salário relativo e aumento da dependência financeira num movimento semelhante ao evidenciado nos Estados Unidos e Europa. Ainda, o terceiro artigo mostra que não houve um adiamento significativo do primeiro filho entre casais de classe social baixa e que mesmo este é explicado pelo aumento da escolaridade, enquanto casais de classe social mais alta vivenciaram um maior adiamento do primeiro filho e que sua renda tem um papel importante para explicar este movimento.