Programa Cirurgias Seguras Salvam Vidas como desafio global da Organização Mundial de Saúde: panorama das medidas de prevenção de infecção do sítio cirúrgico adotadas em hospitais de grande porte de Minas Gerais
Ano de defesa: | 2019 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Minas Gerais
Brasil ENFERMAGEM - ESCOLA DE ENFERMAGEM Programa de Pós-Graduação em Enfermagem UFMG |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://hdl.handle.net/1843/31465 https://orcid.org/0000-0001-7286-7322 |
Resumo: | A Infecção do Sítio Cirúrgico (ISC) é considerada um dos eventos adversos (EA) mais frequentes no cenário mundial. Uma das estratégias para melhorar o cuidado com o paciente cirúrgico foi proposta pela Organização Mundial da Saúde (OMS), em 2008, pelo Programa Cirurgias Seguras Salvam Vidas com finalidade de reduzir em 25% a taxa da ISC até 2020. No entanto, a adesão às medidas de prevenção de ISC para redução das taxas de tal complicação ainda não está consolidada na prática clínica. Objetivou-se avaliar as ações de prevenção e controle da ISC adotadas na prática clínica de hospitais de grande porte do estado de Minas Gerais e propor um escore de risco para essa adesão, a fim de se obter um panorama de como as instituições de grande porte têm adotado as medidas para prevenção da ISC. Tratou-se de um estudo epidemiológico, com delineamento transversal, realizado em 30 hospitais de grande porte de Minas Gerais. Procedeu-se à coleta de dados por meio de cinco instrumentos estruturados: entrevista com o gestor do hospital, o coordenador do Serviço de Controle de Infecção Hospitalar (SCIH) e o coordenador do Centro Cirúrgico (CC), um diagnóstico situacional e uma observação de um procedimento cirúrgico no momento da visita. Os dados foram analisados no programa Statistical Package for the Social Sciences (SPSS). As variáveis foram descritas utilizando frequências, porcentagens e medidas de tendência central. O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa (COEP) da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) (CAAE: 30782614.3.00005149). Identificou-se predomínio dos hospitais na região central do estado 43,3% (13), de alta/média complexidade 60% (18), financiados por entidades filantrópicas 43,3% (13) e sem acreditação hospitalar 63,3% (19). A média de salas cirúrgicas foi de 9 (4-19), com média mensal de 721 (250-1.300) cirurgias. Observou-se que 93,3% (28) das instituições possuem um protocolo para orientar a prescrição do antibiótico profilático. A tricotomia pré-operatória foi realizada dentro da sala cirúrgica em 60% (18) das instituições, com uso de lâmina cortante em 36,7% (11) dos casos. A conferência da esterilidade dos materiais por meio de indicadores de processos na sala cirúrgica, antes da cirurgia, foi realizada em todos os hospitais. No tocante à vigilância da ISC, evidenciou-se o acompanhamento de 100% dos pacientes para a ocorrência de ISC. A divulgação das taxas de ISC para os cirurgiões ocorreu em 63,3% (19) dos hospitais. Para a composição do escore, consideraram-se variáveis reconhecidas como padrão-ouro pelos guidelines no tocante à prevenção da ISC, bem como sua adesão entre as instituições: auditoria de antibiótico profilático 86,6% (26), momento correto da administração do antibiótico no transoperatório 63,3% (19), método correto adotado para tricotomia 36,6% (11), local adequado para realização da tricotomia 23,3% (7), conferência dos materiais esterilizados 93,3% (28), ter SCIH 100% (30), realizar vigilância dos pacientes para a ISC 100% (30) e divulgação das taxas de ISC 63,3% (19). De acordo com o nível de adoção dessas medidas, foi proposto um escore de adesão dos hospitais que apontou que 3,3% (1) das instituições visitadas adotavam as medidas de prevenção e controle da ISC de forma suficiente, 83,3% (25) parcialmente e 13,3% (4) de modo deficiente, evidenciando que ainda é preciso maiores esforços para se alcançar a melhoria das práticas para o cuidado ao paciente cirúrgico conforme proposto pelo Segundo Desafio Global da OMS – Cirurgias Seguras Salvam Vidas. |