Efeitos vocais e o trinômio texto-som-imagem em cinco gravações de Elis Regina

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Alfredo Ribeiro
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Minas Gerais
Brasil
MUS - DEPARTAMENTO DE INSTRUMENTO E CANTO
Programa de Pós-Graduação em Música
UFMG
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/1843/38744
Resumo: Estudo sobre a utilização sistemática de efeitos vocais realizados por Elis Regina em gravações históricas, selecionadas ao longo de 15 anos de sua carreira. O trinômio texto-som-imagem é analisado em cinco estudos de caso a partir das seguintes fontes primárias: Upa, Neguinho (REGINA, 1965; áudio), de Edu LOBO e Gianfrancesco GUARNIERI (1964), O Sonho (REGINA, 1969; videoclipe), de Egberto GISMONTI (1966), Black is Beautiful (REGINA, 1972; videoclipe), de Paulo Sergio VALLE e Marcos VALLE (1970), Como Nossos pais (REGINA, 1976; videoclipe), de Belchior (1976), e Alô, Alô, Marciano (REGINA, 1980; videoclipe), de Rita LEE e Roberto de CARVALHO (1980). Foi utilizado o mAAVm (Método de Análise de Áudio e Vídeos de música; BORÉM, 2018; BORÉM, 2016 e outros) e os seguintes procedimentos metodológicos: (1) análise espectrográfica dos sons, tendo como foco nove efeitos vocais (portamento, scoop, vibrato, tremor, yodel, drive, crepitação, modulação timbrística e onomatopeias); (2) análise dos videoclipes abarcando cenografia (palco, iluminação, vestuário e objetos de cena), montagem e edição de imagens; (3) análise das manifestações emocionais de Elis Regina através dos referenciais de ECKMAN e FRIESEN (1978) e do sistema de codificação de ações faciais FACS (Facial Action Coding System). Os resultados mostram que Elis Regina utiliza os nove efeitos vocais de maneira sistemática (sublinhando o conteúdo das letras da música com sua voz e sua imagem no palco) e planejada (enfatizando elementos estruturais e simétricos da forma) para criar ênfases pelas quais suas performances se tornaram referenciais. Na sua busca de uma estreita relação entre o conteúdo semântico das canções e suas expressões vocais e cênicas, ela, como uma “coautora” das canções, construía personagens complexas e em sintonia com questões centrais de seu tempo, tanto explicitamente quanto comunicando mensagens subliminares nas suas narrativas das canções. Finalmente, vimos que Elis Regina assumia um grande controle sobre a realização de sua expressão artística, a qual não é guiada pela espontaneidade, mas cuja concepção e precisão técnica altamente disciplinadas resultavam em uma naturalidade.