Autopercepção da gagueira: análise de aspectos clínicos, contextuais e autopercepção auditiva

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Camila Eduarda Elias Silva
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Minas Gerais
Brasil
MED - DEPARTAMENTO DE FONOAUDIOLOGIA
Programa de Pós-Graduação em Ciências Fonoaudiológicas
UFMG
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/1843/52394
Resumo: Introdução: A gagueira apresenta características complexas e multifatoriais, visto que pode prejudicar, não apenas a fluência da fala, mas aspectos cognitivos, linguísticos, auditivos, além dos afetivos, comportamentais, ambientais e sociais que interferem significativamente na qualidade de vida da pessoa que gagueja. Neste sentido, é muito importante compreender a gagueira com base na perspectiva da própria pessoa que gagueja, permitindo o conhecimento sobre as consequências negativas que a sintomatologia da gagueira pode exercer sobre a vida do falante. Objetivo: Investigar a associação entre a autopercepção da gagueira e os aspectos clínicos, contextuais e a autopercepção auditiva em/de adultos que gaguejam. Métodos: Estudo observacional analítico de recorte transversal. Participaram do estudo 55 adultos autodeclarados gagos, com idade entre 18 e 58 anos, que foram submetidos aos seguintes procedimentos: história clínica, para a coleta de dados de identificação, sociodemográficos, clínicos e assistenciais; aplicação do Critério de Classificação Econômica Brasil (CCEB), dos questionários de autopercepção auditiva (Speech, Spatial and Qualities of Hearing Scale - SSQ Versão 5.6) e de autopercepção do efeito da gagueira (Overall Assessment of the Speaker’s Experience of Stuttering – Adults - OASES-A). Foi realizada, ainda, a avaliação de fluência da fala por meio do Protocolo de Avaliação do Perfil da fluência (PAPF) e mensurada a gravidade da gagueira por meio da Análise Sistemática das Disfluências (ASD). A análise dos dados constou de análise descritiva e bivariada. Foram utilizados os testes Qui-quadrado de Pearson, Mann-Whitney e Kruskal-Wallis e o coeficiente de correlação de Spearman, sendo considerados significantes os que apresentaram valor de p≤0,05. Resultados: A maioria dos participantes pertencia ao gênero feminino, iniciou a gagueira na infância, possuía antecedentes familiares, obteve classificação moderado a severo na classificação total do efeito da gagueira na vida e apresentou gravidade da gagueira leve de acordo com a ASD. A maior parte obteve classificação socioeconômica na categoria B2, possuía ensino médio completo, estava empregada no momento da coleta e realizou tratamento fonoaudiológico. Foram identificadas correlações positivas de magnitude forte e moderada, assim como correlações negativas de magnitude forte entre a gravidade da gagueira e as características da fluência da fala dos participantes. Além disto, os resultados apontaram associação significativa entre a autopercepção da gagueira e a autopercepção auditiva dos participantes. Conclusão: A autopercepção da gagueira não apresentou relação com os aspectos clínicos, contextuais e o perfil de fluência. Foi possível observar associação entre a autopercepção da gagueira e a autopercepção auditiva, assim como entre a gravidade da gagueira e o perfil de fluência da fala.