Autopercepção da comunicação de falantes com e sem gagueira

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Tette, Carine Cristine Arnoud
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://hdl.handle.net/11449/255115
Resumo: Introdução: Há evidências de que a comunicação de pessoas que gaguejam apresenta impactos adversos na vida do falante. No entanto, pouco se sabe a respeito da autopercepção da comunicação desses falantes. Por outro lado, é interessante comparar esses resultados com a autopercepção de pessoas que não gaguejam. Desta forma, é necessário investigar esta temática, tendo em vista que os resultados poderão ter implicações científicas e clínicas relevantes. Objetivo: Investigar e comparar a autopercepção da comunicação de adultos com e sem gagueira. Métodos: Trata-se de um estudo clínico descritivo observacional e transversal. Participaram deste estudo 20 adultos que gaguejam (AQG) recrutados no Laboratório de Estudos da Fluência (LAEF) da Unesp e 92 adultos que não gaguejam (AQNG) recrutados do curso de fonoaudiologia da Unesp. Todos os participantes foram falantes nativos do Português Brasileiro, de ambos os sexos, com idade de 18 e 43 anos. O procedimento aplicado foi o Questionário de Autopercepção da Comunicação (QAPCO). Resultados: Adultos que gaguejam quando comparados com seus pares fluentes apresentaram mais fragilidades na comunicação e maiores dificuldades em situações comunicativas cotidianas. Os adultos com gagueira manifestaram mais dificuldades em relação à frequência com que falam fluentemente, com naturalidade e que conseguem expressar verbalmente suas intenções comunicativas em relação aos adultos sem gagueira. A velocidade de fala foi percebida como mais irregular pelos adultos com gagueira. A articulação foi descrita como travada para 40% dos adultos com gagueira e somente por 8,7% pelos adultos fluentes. Para a maioria dos adultos sem gagueira a percepção da articulação foi como precisa (70,7%), enquanto apenas 25% dos adultos com gagueira tiveram essa percepção. Conclusão: A autopercepção da comunicação dos adultos com gagueira é diferente dos adultos que não gaguejam, pois eles apresentaram uma autopercepção mais negativa e mais dificuldades em relação aos seus pares fluentes. A experiência da gagueira junto com a percepção das disfluências, da tensão muscular e dos sentimentos negativos relacionados à fala, para a maioria dos casos acarreta uma autopercepção negativa de sua capacidade de falar e de se comunicar. O conhecimento da autopercepção da comunicação de adultos que gaguejam favorece uma visão mais abrangente e contextualizada das reais necessidades do falante, e direciona objetivos terapêuticos específicos.