Sujeitos loucos e práticas de mobilidade : uma proposta de estudo comparado sobre os modelos de atenção em saúde mental
Ano de defesa: | 2018 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Minas Gerais
Brasil FAF - DEPARTAMENTO DE SOCIOLOGIA Programa de Pós-Graduação em Sociologia UFMG |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://hdl.handle.net/1843/53282 |
Resumo: | A Reforma Psiquiátrica Brasileira, iniciada no final da década de 80, promoveu, juntamente com o movimento social da Luta Antimanicomial, uma mudança na forma de tratamento às pessoas com sofrimento mental, levando à construção, no âmbito do Sistema Único de Saúde, de um novo Modelo de Cuidado em Saúde Mental, conhecido como Modelo Substitutivo. Com essa mudança, as pessoas com sofrimento mental passaram a experimentar formas diferentes de regulação das suas mobilidades: se antes eram impedidos de circular pela cidade, são agora compelidos a usá-la, gerando com isso desafios. Na transição do Modelo Manicomial para o Modelo Substitutivo, a cidade de Belo Horizonte viveu uma situação inédita com a criação de um Hospital Psiquiátrico Transitório, equipamento intermediário entre esses dois Modelos, destinado a iniciar o processo de desinstitucionalização de seus internos. Diante disso, a pesquisa pretende identificar as práticas de mobilidade e os diferenciais de acesso aos bens e serviços da cidade de usuários que estiveram internados nesse Hospital Transitório e que recentemente, receberam alta e moram em Serviços Residenciais Terapêuticos - SRT, equipamentos do Modelo Substitutivo. A identificação dessas práticas serviu como baliza para o estudo comparado dos dois modelos em questão, permitindo reflexões tanto sobre mobilidades nos espaços internos dos equipamentos como nos espaços externos a eles. Para tanto, foram realizados Grupos focais e entrevistas com trabalhadores do Hospital Transitório, entrevistas em profundidade com profissionais dos SRT, observação do cotidiano dos moradores e sombreamento de suas práticas de mobilidade em seus percursos cotidianos. O resultado do estudo evidencia: a) o predomínio das mobilidades e deslocamentos nos espaços dos equipamentos; b) a comida como um importante disparador da mobilidade tanto interna quanto externa; c) o acesso ao dinheiro como determinante para a realização de práticas de mobilidade nos espaços da cidade; d) os deslocamentos fora dos equipamentos caracterizados pela proximidade dos destinos e por serem feitos a pé; e) restrição ao uso do sistema de transporte público e f) inequidade ao acesso desses sujeitos à cidade. Por outro lado, foi observado também que a mobilidade pela cidade pode exercer um efeito de autonomia, pela possibilidade de governança do próprio tempo e destino que gera. |