A zootoponímia em Minas Gerais
Ano de defesa: | 2018 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Minas Gerais
UFMG |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://hdl.handle.net/1843/LETR-B46JL5 |
Resumo: | O processo de nomeação é um ato designativo constituído a partir da relação homem/sociedade, representada pela linguagem. Dessa forma, os estudos toponímicos oferecem um valioso conjunto de indícios para o estudo da paisagem e dos costumes de determinada região. Este trabalho teve como objetivo realizar o estudo descritivo linguístico e cultural dos topônimos (nomes próprios de lugar) de índole animal, os denominados zootopônimos, presentes no estado de Minas Gerais. A pesquisa está alicerçada no conceito de cultura de Duranti (2000), nos pressupostos teórico-metodológicos da ciência onomástica de Dauzat (1926) e Dick (1990a, 1990b, 2004 e 2006) e na teoria de variação e mudança linguística de Labov (1974). O corpus da pesquisa é proveniente do banco de dados do Projeto ATEMIG - Atlas Toponímico de Minas Gerais desenvolvido, desde 2005, na Faculdade de Letras da Universidade Federal de Minas Gerais, sob a coordenação da Prof.ª Dr.ª Maria Cândida Trindade Costa de Seabra. Os dados do ATEMIG foram construídos a partir do levantamento e classificação toponímica de todos os acidentes físicos e humanos dos 853 municípios de Minas Gerais, documentados em cartas topográficas do IBGE, perfazendo, até o presente momento, um total 85.391 topônimos. Pertencem à categoria dos zootopônimos, 5.304 dados, que foram analisados quantitativa e qualitativamente. Além da análise dos dados contemporâneos, a pesquisa também apresenta o estudo de dados históricos, levantados a partir de consultas a mapas dos séculos XVIII e XIX. Para análise linguística das bases léxicas, foram utilizados dicionários gerais, etimológicos e vocabulários diversos. Nossa pesquisa demonstrou que a diversidade da fauna mineira é revelada pelo expressivo número de topônimos de origem animal verificados em nossos corpora. Esses topônimos são, em sua maioria, de origem indígena, o que corrobora com a assertiva de que era o índio o verdadeiro conhecedor da natureza e coube a ele apresentá-la ao colonizador. Nossas análises também comprovaram que os nomes de lugar se fixam ao território de tal maneira que, em muitos casos, se sucedem às culturas, haja vista o número elevado de topônimos relativos a animais que outrora foram abundantes no estado, mas que agora figuram nas listas de espécies ameaçadas de extinção. |