Cromotopônimos de Minas Gerais

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Ludmila Reis Pinheiro
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Minas Gerais
Brasil
Programa de Pós-Graduação em Estudos Linguísticos
UFMG
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/1843/75888
Resumo: O estado de Minas Gerais foi formado por e a partir das montanhas, das quais descem vales e correm rios. Constituiu-se seu povo, sua fixação à terra e seu modus operandi. Do escuro e desconhecido montanhoso se rumou aos claros sertões. Para dizer da língua e cultura desta região, estudo se vincula à disciplina da Toponímia que possibilita meios de descortinar realidades contextuais de povoamentos, seu ambiente, sua economia e seus costumes. O processo de nomeação, portanto, acontece a partir da relação homem e sociedade. Assim, este trabalho teve como objetivo realizar um estudo descritivo – línguo-cultural – dos topônimos relacionados às cores, isto é, cromotopônimos, presentes no estado de Minas Gerais. O arcabouço teórico que ampara esta é pesquisa parte do conceito de cultura de Duranti (2000), dos pressupostos teóricos-metodológicos de Dauzat (1926) e Dick (1990a, 1990b, 2004, 2006), além da teoria da variação de Labov (1974). A temática das cores é fascinante, ao analisá-la, percebe-se a quantidade de cores disponíveis no mundo; em um ambiente de céu aberto, iluminado, podem ser enxergadas tonalidades que, em ambientes escuros, não são vistas. Dessa forma, as cores vistas são nomeadas de acordo com o ambiente cultural. Elas influenciam as emoções, bem como comportamentos e interações sociais, a linguagem do semáforo é um exemplo dessa influencia e atuação das cores na vida humana. Assim sendo, para dissertar sobre a problemática das cores, tendo em vista sua percepção e sua conceitualização, esta pesquisa se pautou Guimarães (2000), Oliveira (2015), Pastoureau (1997) Farina et al. (2006) e Heller (2022). Foram trabalhados, também, com o conceito de protorregião (CARNEIRO, 2013) e as descrições econômicas e sociais (CUNHA; GODOY, 2003) para a realização das análises do léxico toponímico das cores em Minas Gerais. O corpus da pesquisa é proveniente do banco de dados do Projeto ATEMIG - Atlas Toponímico de Minas Gerais – desenvolvido, desde 2005, na Faculdade de Letras da Universidade Federal de Minas Gerais, sob a coordenação da Prof.ª Dr.ª Maria Cândida Trindade Costa de Seabra. Pertencem à categoria dos cromotopônimos 589 dados que foram analisados quantitativa e qualitativamente. Constatou-se, pois, através dos cromotopônimos, que a paleta de cores que caracteriza o estado de Minas Gerais é formada pelas escalas cromáticas de vermelho, preto, dourado, escuro, malhado e verde, revelando o ambiente físico (protorregiões de minas, matas, campos, currais e sertões), econômico e social das atividades mineradora, pecuária e de agricultura, tão fortemente presentes no estado quando de seu povoamento.