Antinarratividade e metafísica negativa na obra crítica e literária de Giorgio Manganelli
Ano de defesa: | 2008 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Minas Gerais
UFMG |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://hdl.handle.net/1843/ECAP-7CTFBM |
Resumo: | Esta tese analisa a obra literária e crítica do escritor italiano Giorgio Manganelli a partir de duas noções-chave: antinarrativa e metafísica negativa. Com o termo antinarrativa designam-se os procedimentos de construção textual que buscam evitar a linearidade e a teleologia do pensamento nas obras ficcionais. Pelo predomínio de figuras como o paradoxo, o oxímoro e o adunaton, os livros de Manganelli exploram as determinações fortuitas, simultâneas e contraditórias do real, e explicitam a impossibilidade (mas, igualmente, a necessidade) da existência, do conhecimento e do discurso. Concebe-se o real como resultante de agenciamentos; a impostação epistêmica, como rigorosamente arbitrária; e a linguagem, como radicalmente incongruente. A maneira como, na obra de Manganelli, esses pressupostos se interpenetram e se conjugam é aqui denominada como metafísica negativa - uma metafísica que não se funda sobre o ato do ser, mas sobre os possíveis do ser. A concepção literária que se baseia nesses princípios desontologiza autor, leitor e texto, os quais passam a ser percebidos como papéis pragmáticos em um jogo. Nesta tese, a antinarrativa e a metafísica negativa manganellianas são associadas a uma tradição poética e filosófica da Modernidade caracterizada pela recusa ao otimismo pouco crítico da razão pós-iluminista e pela valorização do papel da linguagem na constituição e representação do real. Faz-se também uma aproximação entre a concepção performática da literatura manganelliana e as formulações da Estética da Recepção, destacando, sobretudo, noções como a transgressão de fronteiras e os atos de fingir, da antropologia literária de Wolfgang Iser. |