Stories to make us human: twenty-first century dystopian novels by women
Ano de defesa: | 2020 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | eng |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Minas Gerais
Brasil FALE - FACULDADE DE LETRAS Programa de Pós-Graduação em Estudos Literários UFMG |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://hdl.handle.net/1843/34288 |
Resumo: | Romances distópicos escritos por mulheres no século 21 tendem a trazer o ato de contar histó-rias para o centro de suas narrativas. A importância de contar histórias em distopias não é no-vidade: está presente em clássicos como Fahrenheit 451 (1951), de Ray Bradbury. No entanto, escritoras têm associado essa discussão sobre o ato de contar histórias com o significado de ser humano. Nas últimas décadas, vários romances apresentaram essa tendência, como os das es-critoras Ursula K. Le Guin, Margaret Atwood e Octavia Butler. Seus textos ressignificam as convenções da ficção científica tradicional tais como protagonistas masculinos, dicotomia entre tecnologia ser puramente boa ou catastroficamente má e uma visão ocidental da humanidade. O presente trabalho investiga esse padrão nos romances do século 21 escritos por mulheres que tematizam o ato de contar histórias e o compartilhar de experiências em narrativas em que con-tar histórias humaniza o que é inicialmente visto como não humano. Nos romances seleciona-dos, a narrativa é usada por alienígenas, robôs e criaturas geneticamente modificadas para ques-tionar o que significa ser humano, desbancando definições tradicionais de humanidade e pro-pondo modos de vida alternativos que apontam para outras possibilidades de arranjos sociais fora da atual visão biológica, evolucionária e cultural da humanidade. Nesse contexto, a huma-nidade tradicional é definida com base na ideia de humanos em oposição a animais, dotados de intelecto e criatividade e capazes de criar produtos culturais. Das distopias lidas para essa pes-quisa, escolhi três para triangular temas comuns dentro do padrão de usar o ato de contar histó-rias para discutir e questionar o que é ser humano: The Telling (2000), de Le Guin, The Stone Gods (2007), de Jeanette Winterson, e MaddAddam (2013), de Atwood. Faço também referência a outros romances para ilustrar pontos e apresentar convergências e divergências. Considero o conceito de distopia e sua relação com a narrativa de um ponto de vista feminista, baseando-me principalmente nos debates de Raffaella Baccolini e Tom Moylan no campo dos estudos utópicos. Analiso o ato de contar histórias nos romances em relação ao texto “O narrador”, de Walter Benjamin, e os livros Tempo e narrativa, de Paul Ricoeur, e On the Origins of Stories, de Brian Boyd. Abordo o debate sobre o conhecimento nesses romances ao examinar as comuni-dades alternativas propostas neles. Finalmente, discuto humanidade como categoria usando as considerações de Boyd sobre o evocriticismo em contraste com a perspectiva pós-humana co-mumente utilizada. O padrão observado nesses romances distópicos escritos por mulheres re-vela as muitas preocupações do século 21 através das lentes sombrias da distopia, mas com o viés crítico que traz reflexões em alternativas possíveis aos modos atuais em que os humanos vivem. É através de histórias que essas alternativas são propostas. |