Comunidade que sustenta a agricultura: entendendo as CSAS de Belo Horizonte e analisando suas possibilidades e desafios

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Fernanda Antunes de Oliveira
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Minas Gerais
UFMG
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
CSA
Link de acesso: http://hdl.handle.net/1843/BUOS-B7ENRY
Resumo: Para essa dissertação foi realizado um estudo de casos múltiplos sobre as CSAs de Belo Horizonte CSA Minas e CSA Nossa Horta, que fazem parte do movimento econômico solidário. Como embasamento teórico, foi feita uma reflexão a respeito da economia solidária, seus princípios, limites e possibilidades. Para isso optou-se por discutir a principal crítica sobre o movimento que diz a respeito à não superação do capitalismo. Em contrapartida, mas ainda tendo em mente suas críticas, discutiu-se também as possibilidades deste movimento enquanto estímulo a desnaturalizações e, portanto às ressignificações. Também foi feito um levantamento teórico para compreender um pouco sobre o modelo da CSA, seus princípios e surgimento e, por fim, uma reflexão da sua atuação enquanto empreendimento solidário que possui uma proposta educacional. O intuito da pesquisa foi o de compreender as práticas da CSA Minas e Nossa Horta analisando suas possibilidades e desafios. O estudo de ambos os casos demonstrou ser o mais coerente, uma vez que ambas partem da mesma proposta, mas possuem particularidades organizacionais interessantes de serem analisadas. Além disso, também como objetivo, estava identificar e analisar possíveis ressignificações a partir da compreensão dos modelos enquanto proposta que busca se afastar do contexto organizacional e político atual. A fim de atender aos objetivos foi realizada uma pesquisa qualitativa através de observações participante e não-participante, além de entrevistas com roteiros semiestruturados analisadas a partir da análise de conteúdo e como complemento diários de campo com informações sobre as observações. A análise inicialmente separada possibilitou a compreensão da organização nos diferentes grupos bem como, sinalizou suas similaridades, as quais se intensificaram na medida em que tinham a ver com a preocupação social, política, econômica e ambiental, ou seja, com os princípios do grupo. Foi evidenciado que, além dos princípios do grupo serem os mesmos, eles também compartilham do principal desafio de, que se da na aproximação entre coprodutor e agricultor a fim de afastar os sujeitos do pensamento tradicional do consumidor na medida em que se conscientizam sobre o peso da suas ações e responsabilidades enquanto membros de uma comunidade. Neste sentido, fazer com que os coprodutores contribuam para além do pagamento das cestas tem a ver com a superação de crenças e pensamentos enraizados, como o individualismo e a visão naturalizada da heterogestão. Apesar das dificuldades, foram possíveis identificar transformações positivas no contexto dos sujeitos envolvidos e até mesmo ressignificações em alguns casos. Por isso, tanto a CSA Minas como a CSA Nossa Horta podem ser traduzidas numa constante busca de membros da sociedade civil organizada por uma sociedade autogestionária, solidária e consciente