Lazer operário nas barrancas do São Francisco: possibilidades de um programa de lazer-educação com o Sindicato dos Metalúrgicos de Pirapora
Ano de defesa: | 2008 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Minas Gerais
UFMG |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://hdl.handle.net/1843/HJPB-7RRLSH |
Resumo: | De um modo geral, os operários metalúrgicos de Pirapora, cidade do Norte de Minas Gerais, possuem muito pouco tempo para o lazer. O aumento do turno de trabalho de seis para oito horas, a jornada de seis dias diretos de trabalho e a fixação do turno modificaram substancialmente a disponibilidade dos trabalhadores para o lazer e alteraram os dias classicamente destinados ao descanso e ao ócio. Além disso, o baixo rendimento salarial, a necessidade de estudo e as obrigações familiares e sociais diminuem drasticamente as possibilidades de usufruírem vivências diversificadas de lazer no tempo disponível. Os interesses esportivos, principalmente o futebol, as visitas aos clubes de fábricas, a televisão e as visitas nas espaços de lazer tradicionais do município, como o rio São Francisco e a Feira popular que acontece na praça central todas as sextas-feiras, são as principais atividades de lazer desses trabalhadores. Apesar de apontarem a existência de políticas de lazer no município, os operários afirmaram que as alternativas existentes são repetitivas e em baixo número. A restrição de alternativas públicas, gratuitas e diversificadas, o baixo poder de compra dos salários e a jornada de trabalho excessiva são os fatores que determinam o lazer restrito dos operários metalúrgicos, principalmente para aqueles que são pais e mães e que estudam. Essas limitações permitem a instrumentalização e o controle do tempo de lazer dos trabalhadores pela burguesia, de acordo com seus interesses econômicos e políticos. Articulando essas análises com cenários mais amplos e pesquisando as políticas públicas brasileiras para o lazer e o programa das entidades que mais estão presentes na promoção de lazer nos evidenciou que a burguesia brasileira enquanto classe, principalmente com a intensificação da industrialização, passou a controlar além do tempo de trabalho dos trabalhadores, o tempo disponível desses com uma plataforma que segue a lógica fiscal e ideológica necessária a aproximar capital e trabalho. Entidades como SESI e SESC, assim como as políticas públicas do governo federal e do Estado corroboram para parcerias com a iniciativa privada e perpertuar a política de lazer a política de esportes, em suas variadas dimensões, secular no país e utilizada ideologicamente em diversos momentos históricos. Diante da ausência de uma política de lazer por parte do Estado e as iniciativas burguesas de lazer a partir da concepção funcionalista, a vinculação orgânica a movimentos sociais e sindicatos com o objetivo de desenvolver ações culturais e programas de lazer-educação para ampliar e enriquecer o acesso dos trabalhadores, aproximando-se da educação popular e construindo um projeto político pedagógico voltado para a classe trabalhadora. |