Vinte e dois anos de dengue em espaço urbano: estudo epidemiológico em Belo Horizonte, 1996 - 2017
Ano de defesa: | 2017 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Minas Gerais
Brasil MEDICINA - FACULDADE DE MEDICINA Programa de Pós-Graduação em Saúde Pública UFMG |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://hdl.handle.net/1843/52444 |
Resumo: | Introdução: A dengue é uma importante arbovirose humana e um problema de saúde pública no mundo, com altas taxas de morbidade e mortalidade. Os principais fatores relacionados à transmissão da dengue são o ambiente físico, fatores socioeconômicos e climáticos, além da suscetibilidade da população aos subtipos virais. Objetivo: Analisar o comportamento temporal dos casos confirmados de dengue no período de 1996 a 2017, estimar períodos epidêmicos e avaliar a influência dos fatores individuais, climáticos e dos sorotipos circulantes na ocorrência da dengue, considerando a vulnerabilidade socioeconômica e sanitária em Belo Horizonte. Métodos: Estudo ecológico no município de Belo Horizonte, Minas Gerais com dois componentes, segundo a unidade de análise: 1. o município, o período de 1996 a 2017 e a associação da incidência de dengue e sorotipos com fatores individuais e climáticos; 2. as áreas de abrangência (AA) dos Centros de Saúde, um recorte temporal de 2002 a 2017 e a associação da incidência de dengue com fatores intraurbanos socioeconômicos e de vulnerabilidade. Resultados: Em 22 anos de observação, quatro grandes epidemias (1998, 2010, 2013 e 2016) marcaram este centro urbano com um total de 469.171 casos confirmados de dengue. Observa-se um aumento do número e da gravidade dos casos, bem como da letalidade, principalmente nos últimos anos. A letalidade de dengue grave de 1996 a 2017 foi de 5,4%, atingindo maiores valores em 2007 com 20,0% e 2013 com 40,0%. As taxas anuais de incidência de dengue em Belo Horizonte apresentaram, nos últimos anos, níveis elevados, acometendo ambos os sexos e todas as faixas etárias, preferencialmente entre 15-19 anos. As variações dos sorotipos virais em circulação ao longo do tempo impactaram o padrão epidemiológico da doença, com ressurgimento e agravamento de epidemias maiores a cada novo ciclo. A doença apresentou característica sazonal, com picos em março e abril, coincidindo com o período pós-chuva, e decréscimo de casos a partir de junho, demonstrando correlação significativa com dados climáticos (precipitação pluviométrica média mensal, temperatura média máxima e mínima mensal, amplitude térmica e umidade relativa do ar). Áreas intra-urbanas de maior vulnerabilidade à saúde apresentaram maior risco para dengue na maioria dos anos epidêmicos. Conclusão: Fatores individuais, socioeconômicos, climáticos e de vulnerabilidade espacial modulam a dinâmica da dengue em um grande centro urbano. A variação dos sorotipos virais pode estar relacionada a um risco aumentado de dengue grave. A doença é de difícil controle. Para reverter essa situação, é preciso criar efetivas ações de controle que possam bloquear ou reduzir a probabilidade de transmissão da dengue. |