Entre as raças e o território: os projetos de nação na história do Brasil de João Ribeiro

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2011
Autor(a) principal: Rodrigues, Elvis Hahn lattes
Orientador(a): Rocha, Marlos Bessa Mendes da lattes
Banca de defesa: Barata, Alexandre Mansur lattes, Carvalho, Rosana Areal de lattes, Cunha Junior, Carlos Fernando Ferreira da lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em Educação
Departamento: Faculdade de Educação
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/2673
Resumo: A presente dissertação de mestrado tem como tema central o manual escolar História do Brasil, de João Ribeiro. A referida obra foi publicada primeiramente em 1900, destinada aos alunos do Colégio Pedro II. Em 1901, a obra foi dividida em duas versões: a primeira destinada às escolas primárias, e a segunda, destinada aos alunos do ensino científico e das Escolas Normais. Em função do caráter modelar que o Colégio Pedro II tinha em relação aos seus congêneres estaduais, a obra de João Ribeiro tornou-se das mais proeminentes em seu tempo, sendo bastante difundida entre essas escolas. A problemática desenvolvida é a questão da nacionalidade manifesta na obra, a partir dos conceitos de raça e território, articulados em nosso estudo como os pilares da construção da nacionalidade brasileira. Assim, nosso objetivo central é investigar os projetos de nação expressos na obra, isto é, sua formulação sobre a nacionalidade brasileira, e como essa representação é registro de um tempo histórico das ideias, localizado entre o período final da monarquia e o início da Primeira República. A partir dos conceitos de espaço, de experiência e horizonte de expectativa, investigamos na ideia de raça e território, a construção da nacionalidade brasileira expresso em a História do Brasil. Deste modo, compreendemos a obra como expressão dos debates intelectuais de seu tempo, bem como uma interlocutora ativa, que marca a historiografia de sua época, tornandose um contraponto à historiografia inaugurada por Varnhagen, na segunda metade do século XIX. Nosso trabalho aponta duas questões sobre o tempo histórico da obra: o primeiro está expresso pela aceitação das teses racialistas, embora não exclusivamente, como modelos explicativos para o atraso da sociedade brasileira diante do Ocidente civilizado e; a segunda na dimensão moral constituída na raça decaída, a mameluca, expressão da raça nacional brasileira. Dentro da obra, essas duas questões estão subjacentes a um território ocupado ao longo de quatrocentos anos, que garantiria o direito histórico à nação brasileira sobre o território que ocupa. Diante de tal estado social e moral, o horizonte de expectativa apontado por João Ribeiro para aquilo que seria a nação brasileira a longo prazo é de um novo momento de miscigenação da raça mameluca aqui constituída com as novas levas de imigrantes europeus, recorrente no período. Esse movimento regeneraria biologicamente a raça brasileira que, ao mesmo tempo, seria remodelada, através da instrução pública, para a vida civil e política republicana.