Em terras alheias: a viagem de João Ribeiro à Alemanha como estratégia de legitimação na educação (1895-1897)
Ano de defesa: | 2022 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Educação e Humanidades::Faculdade de Educação Brasil UERJ Programa de Pós-Graduação em Educação |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/20434 |
Resumo: | Interpretar os modos como João Batista Ribeiro de Andrade Fernandes (1860, SE – 1934, RJ) deu visibilidade à sua viagem comissionada à Alemanha como uma estratégia de legitimação na educação, é o objetivo da presente investigação. Na recém proclamada República, o professor partiu a Berlim, para estudar as características da instrução pública germânica, visitando também outras cidades, bem como a França, Inglaterra e Itália, permanecendo em terras distantes de 1895 até 1897. Dividida em quatro capítulos, no primeiro, investiguei o capital cultural do viajante, na perspectiva de Bourdieu (2017), o que implica em considerar sua atuação na imprensa e sua experiência docente anterior à viagem – a participação no concurso para Diretor da Instrução Pública de Minas Gerais e seu ingresso no Ginásio Nacional, ambos em 1890 –, procurando pensar sobre como o professor concebia a educação e o processo de escolarização antes de sua partida. Já no segundo capítulo abordei a viagem a partir da análise de suas impressões da travessia intituladas “Da Allemanha”, publicadas no periódico O Commercio de São Paulo. Precisei entrecruzar tais fontes com as cartas pessoais trocadas com alguns sujeitos que compunham sua rede de sociabilidade, na concepção de Sirinelli (2013), como também com a publicação de uma recente revista científico-literária, O Novo Mundo, que contaria com a direção da redação deste viajante. O terceiro capítulo adentrei ao período em que foi nomeado como representante do Brasil incumbido de participar da Conferência Internacional de Londres, produzindo uma bibliografia manuscrita e alfabética de periódicos alemães que tinha por tema o nosso país, intitulada “Publicações alemãs sobre o Brasil (1890–1898)”. Certamente, essa fora uma estratégia adotada pelo viajante para continuar em solo europeu, o que só conseguira devido a sua extensa rede de sociabilidade acionada. Finalizo com o quarto capítulo, no qual me propus a refletir sobre os desdobramentos da viagem de João Ribeiro, isto é, como ele se utilizou da mesma para adentrar a Academia Brasileira de Letras, um ano após o seu retorno ao Brasil. Cotejei a sua produção bibliográfica entrecruzando com os registros produzidos durante a sua travessia e com o relatório publicado por Said Ali, professor de alemão do mesmo ginásio que João Ribeiro lecionava, que também esteve em comissão em Berlim no mesmo período do professor viajante. Refleti, então, como a primeira viagem foi essencial para refazer antigos e novos trajetos de viagem à Europa e como a historiografia considera que esse viajante tenha se beneficiado dessa primeira viagem para rever a escrita da história. Com isso, a presente investigação pretendeu ampliar a compreensão da circulação dos saberes científicos alemães no Brasil a partir da viagem desse professor brasileiro, visto que a historiografia da educação tem privilegiado as marcas suíças, belgas, francesas, norte-americanas e portuguesas na educação brasileira. |