Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2024 |
Autor(a) principal: |
Oliveira, Vanessa Aparecida de Almeida Gonçalves
|
Orientador(a): |
Carrizo, Silvina Liliana
|
Banca de defesa: |
Gonçalves, Ana Beatriz Rodrigues
,
Bezerra-Perez, Carolina dos Santos
,
Leone, Luciana María Di
,
Santos, Mirian Cristina dos
|
Tipo de documento: |
Tese
|
Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
|
Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-graduação em Letras: Estudos Literários
|
Departamento: |
Faculdade de Letras
|
País: |
Brasil
|
Palavras-chave em Português: |
|
Área do conhecimento CNPq: |
|
Link de acesso: |
https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/17946
|
Resumo: |
Esta tese se insere na discussão sobre o trabalho doméstico remunerado no Brasil. É pretendido estudar as textualidades que evocam mulheres e/ou personagens femininas que vivem no/pelo trabalho doméstico. Nesse sentido, busca-se demonstrar que no Brasil, devido a sua história de colonização, não é mais possível discutir a sociedade sem considerar as relações de poder e as imposições praticadas pelos colonizadores. Tendo isso em mente, destaca-se que o trabalho para as mulheres de baixa renda - em especial as racializadas - não está relacionado com a luta libertária e de escolhas, assim como foi perseguido pelas mulheres europeias, muito pelo contrário, o trabalho representa a subsistência da trabalhadora e de seus familiares. Em linhas gerais, esta tese pretende discutir, por meio do feminismo decolonial, o fato que o trabalho doméstico remunerado está além do debate feminista sobre divisão sexual do trabalho, pois, sem dúvidas, as suas dinâmicas não são apenas resquícios do sistema escravocrata, mas também atualizações das relações coloniais no país. Por isso, a análise é feita de maneira dialogada entre os relatos, as ficções literárias e demais textualidades que servirão de auxílio para a compreensão da fragmentação das opressões vivenciada pelas trabalhadoras domésticas. O corpus é constituído pelas narrativas ficcionais Água de Barrela (2016) e Solitária (2022), de Eliana Alves Cruz e os relatos presentes no livro Eu, a empregada doméstica: porque o quartinho da empregada é a senzala moderna (2019) de Preta-Rara, assim como outros textos que conversam com o universo do trabalho doméstico. Tais obras apresentam como temática a empregada doméstica e o trabalho realizado por elas, a contar do trabalho realizado pelas mulheres escravizadas nas casas grandes até o trabalho feito pelas domésticas nas casas de classe média nos dias atuais, tal contexto, nos ajuda a visualizar, entre muitas condições e representações, a importância de não se defender apenas um único feminismo. Desse modo, uma das estratégias é não só analisar os modos de invisibilização e opressão vivenciados no espaço de trabalho, dado que as trabalhadoras estão/são submetidas ao desamparo e às formas de despolitização do âmbito doméstico, mas também identificar a elaboração de habilidades de ressignificação das relações de colonialidade, construídas ainda no período da colonização, bem como as formas de resistências contemporâneas no diálogo entre decolonialidade e justiça do trabalho. |