Cotidiano dos familiares de portadores de transtornos mentais desinstitucionalizados

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Paula, Graziela Lonardoni de lattes
Orientador(a): Alves, Marcelo da Silva lattes
Banca de defesa: Vargas, Divane de lattes, Salimena, Anna Maria de Oliveira lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em Enfermagem
Departamento: Faculdade de Enfermagem
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/3182
Resumo: A Reforma Psiquiátrica, no Brasil, efetivou-se com o objetivo de substituir o modelo hospitalocêntrico por sistemas extra-hospitalares e viabilizou-se com a criação do número adequado de aparatos e serviços substitutivos de assistência aos portadores de transtornos mentais. O processo de desinstitucionalização dos portadores de transtornos mentais asilados é uma realidade brasileira e um evento histórico a ser tratado com distinção. Neste sentido, é válido que se pense sobre o desdobramento e a efetivação deste processo, já que a maioria da sociedade não está apta e preparada para aceitar o convívio com o “diferente”, com o portador de transtorno mental, descaracterizado pelo modelo manicomial que se apoderou de sua autonomia, quesito imprescindível para atos da vida em sociedade. A inserção social se constitui em um caminho a ser perseguido a partir do movimento da Reforma Psiquiátrica e, em consonância a isto, considera-se relevante a percepção da família acerca desse processo, em especial, quando coabita com o portador de transtorno mental. Nessa pesquisa objetivo é compreender como os familiares de portadores de transtornos mentais percebem a inserção social destes a partir do processo de desinstitucionalização, é indispensável considerar e discorrer acerca de determinados elementos que precederam tal processo e foram responsáveis pelo afastamento do ‘louco’ do convívio social. Para contemplar o objetivo proposto e seus desdobramentos, propõe-se a abordagem qualitativa com o intento de aproximar-se, ao máximo, do objeto pesquisado. A coleta de dados foi realizada nos meses de janeiro e fevereiro do corrente ano, por meio de entrevistas individuais semiestruturadas. O encerramento da coleta de depoimentos ocorreu no momento em que houve a saturação dos dados necessários para a pesquisa. O critério de saturação foi determinado a partir dos significados similares expressos nos depoimentos, o que determinou a interrupção da coleta dos mesmos e o início do processo analítico que gerou três unidades de significados, a saber, O dia-a-dia em 11 cena: o ente portador de transtorno mental; O dia-a-dia em cena: o tratamento; O dia-a-dia em cena: motivações para o cuidado familiar. A análise do significado da percepção dos familiares dos portadores de transtornos mentais, acerca da relação cotidiana com os mesmos, foi intermediada pela Sociologia Compreensiva do Cotidiano de Michel Maffesoli. Esta pesquisa vem ao encontro da necessidade de buscar evidências que melhor elucidem a percepção das famílias de portadores de transtornos mentais acerca da inserção social deste a partir da ‘com-partilha’ de experiências da vida cotidiana. Esta compreensão contribui para revelar potencialidades de reinserção social, mediadas pela lógica do cuidado integral, que necessitam ser consideradas pelo enfermeiro, demais profissionais de saúde e gestores ao demandar assistência à saúde não apenas aos portadores de transtornos mentais, mas também a seus familiares.