Uso de ferramentas para aferição do raciocínio clínico no ensino de estudantes de medicina em um cenário hospitalar: estudo randomizado controlado
Ano de defesa: | 2023 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | , , , |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-graduação em Saúde Brasileira
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Departamento: |
Faculdade de Medicina
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: | |
Área do conhecimento CNPq: | |
Link de acesso: | https://doi.org/10.34019/ufjf/te/2023/00140 https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/15526 |
Resumo: | Introdução: Na educação em saúde, o raciocínio clínico é um componente essencial para as interações com pacientes e colegas de profissão, envolvendo a síntese de dados clínicos e investigativos, com o objetivo de gerar e priorizar um diagnóstico diferencial e informar planos de tratamento seguros e precisos. O ensino do raciocínio clínico conta com diversas estratégias, dentre elas o uso de ferramentas estruturadas como preceptor minuto (OMP) e o SNAPPS (Summarize relevant patient history and findings; Narrow the differential; Analyze the differential; Probe the preceptor about uncertainties; Plan management; Select case-related issues for self-study), que visam facilitar o aprendizado e otimizar as apresentações de casos clínicos pelos estudantes. As pesquisas disponíveis sobre essas ferramentas são em sua maioria quase-experimentais e limitadas ao contexto ambulatorial, e poucos estudos realizaram comparação entre OMP e SNAPPS. Objetivos: Avaliar a efetividade das estratégias OMP e SNAPPS quanto ao ensino da competência de raciocínio clínico para estudantes de graduação em medicina em cenário hospitalar, em comparação a um grupo controle (i.e. ensino tradicional). Método: Estudo de intervenção educacional randomizado controlado, sobre o impacto das estratégias educacionais OMP e SNAPPS para o desenvolvimento de competência de raciocínio clínico nos estudantes do internato do curso de Medicina da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), no período de julho de 2018 a dezembro de 2019. Os estudantes foram avaliados em ambiente simulado, através de pré e pós-testes, em ambiente de mundo real, e com a Escala de Reflexão da Aprendizagem e o Inventário de Raciocínio Diagnóstico. Resultados: Um total de 256 estudantes foram incluídos no estudo, sendo 86 no grupo controle, 83 no grupo OMP e 87 no grupo SNAPPS. No pré-teste, os grupos foram semelhantes em relação as variáveis avaliadas. No pós-teste, os grupos OMP e SNAPPS tiveram desempenhos significativamente melhores que o controle para todos os desfechos estudados no ambiente simulado e no mundo real, e o SNAPPS apresentou resultados superiores aos dos grupos OMP para o tempo de discussão, escore de qualidade de apresentação do caso, escore de desempenho do estudante, número de diagnósticos diferenciais apresentados e justificados. Na percepção de estudantes e preceptores, o OMP foi ligeiramente mais bem avaliado que o SNAPPS, e ambos tiveram melhor pontuação que o controle. Conclusões: O ensino do raciocínio clínico é parte importante da formação médica, e o uso de ferramentas que organizem esse processo tem um potencial de facilitar o desempenho dos estudantes. Os resultados apontam que o uso das estratégias OMP e SNAPPS são promissoras para o ensino da competência de raciocínio clínico, também em um cenário de ensino hospitalar para estudantes de graduação, sendo ferramentas a serem divulgadas e incorporadas aos currículos médicos. |