Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2011 |
Autor(a) principal: |
Sousa, Fernanda Cunha
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Orientador(a): |
Dias, Nilza Barrozo
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Banca de defesa: |
Decat, Maria Beatriz Nascimento
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Casseb-Galvão, Vânia
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Vieira, Amitza Torres
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Silveira, Sônia Bittencourt
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Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-graduação em Letras: Linguística
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Departamento: |
Faculdade de Letras
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/2481
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Resumo: |
Nosso objetivo de estudo é o de verificar as diferentes possibilidades de construções com querer seguidas de complementos formados por V2. Para essa verificação, o trabalho será norteado, a partir da perspectiva funcionalista discursiva, por duas hipóteses que acreditamos que se complementem: 1. O verbo querer, em virtude de sua carga semântica volitiva, envolve sempre noções de projeção, futuridade e, portanto, irrealis; 2. As diferentes construções querer podem ser descritas de acordo com as diferentes relações sintáticosemânticas estabelecidas com V2 (seja como oração, perífrase ou formando uma só unidade semântica com querer); Para a verificação das hipóteses levantadas e aplicação das teorias selecionadas, utilizamos um corpus pancrônico documental constituído de textos completos: 1. do século XII ao XVI, retirados do Corpus diacrônico do CIPM e do site do Instituto Camões; 2. do século XVII ao XX, fotografados e transcritos diretamente do acervo do Arquivo Nacional do Rio de Janeiro; 3. do século XX ao XXI, transcritos diretamente de cópias impressas dos arquivos do setor de Ações Penais da Vara Federal Criminal da Subseção Judiciária do Rio de Janeiro e textos retirados do site oficial do Supremo Tribunal Federal. E, como as ocorrências encontradas no século XXI do corpus pancrônico foram poucas, para validar a análise empreendida em um corpus escrito do português atual, utilizamos ainda textos escritos retirados da Revista Você SA para formar um corpus exclusivamente sincrônico em que o fenômeno estudado aparecesse. Querer revelou, em nossos dados, duas acepções recorrentes: introdutor de vontade e de vontade/polidez; mas, em conjunto com V2, pode ainda apresentar valores semânticos de conclusão ou função discursiva que se aproxima de um marcador discursivo. Após a análise qualitativa, verificaremos a frequência de cada uma das configurações morfossintáticas possíveis para querer para verificar a distribuição dessas construções nos corpora sincrônico e pancrônico por acreditarmos que a frequência de uso pode ser um fator determinante para elucidar processos de gramaticalização. Para abordar os estágios de encaixamento e de dependência entre querer e V2 observados nas diferentes possibilidades de conexões de oração, trabalhamos com a proposta de Lehmann (1988) e Halliday (1994), e com as propostas de Bybee et alii (1994), Hopper (1991), Heine (1993/1994) sobre a Teoria da Gramaticalização. O fenômeno da gramaticalização é compreendido como um processo que envolve o recrutamento de material lexical que tende a um deslizamento funcional na direção de um item mais gramatical, mas a permanência do traço volitivo impede a completude do processo. Com base no aporte teórico discutido e nas análises empreendidas, foram confirmadas as duas hipóteses inicialmente levantadas para este trabalho. |