| Resumo: |
O presente trabalho se enquadra na linha de pesquisa “Linguagem e Humanidades” do Programa de Pós-graduação em Linguística da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) e tem como objetivo geral investigar a presença da volição no verbo latino quaero, antecessor do verbo “querer”, que no português e no espanhol representa o volitivo prototípico. Para realizar nossa pesquisa, lançamos mão de uma perspectiva linguística de cunho funcionalista, uma vez que os dados analisados estão inseridos em seus contextos de uso e que a língua representa um conhecimento interdependente da situação em que ocorre. Nesse sentido, almejamos entender a semântica volitiva presente no verbo latino quaero, que, no entanto, não é comumente reconhecido como um verbo volitivo em gramáticas da língua latina. Partindo do fato de que no português e no espanhol o verbo “querer” ocupa a posição de verbo prototípico para expressar volição, objetivamos verificar se quaero apresentava o sentido de volição em textos latinos de autores de períodos distintos, quais sejam: Plauto, a partir do estudo das ocorrências nas peças Estico e Anfitrião; Sêneca, com As Troianas e Medeia. Buscamos analisar qualitativamente o contexto discursivo das ocorrências do verbo quaero nessas obras, bem como seu comportamento morfossintático, a fim de verificar a presença do sentido de volição associado a esse verbo em tais contextos e descrever que fatores concorrem para tal. Os resultados apontam que o verbo quaero, nas obras selecionadas, apresenta semântica volitiva que permeia o contexto discursivo da cena. Embora reconheçamos as limitações dos dados encontrados, essa semântica volitiva ampla presente nas cenas contribui para o uso volitivo do verbo quaero. |
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