Identidade entre ideia e volição: a crítica à imagem do livre-arbítrio em Espinosa

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Rodrigues, Juarez Lopes
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8133/tde-07042014-111810/
Resumo: O escopo dessa dissertação é explicitar, na medida do possível, as críticas formuladas por Espinosa em relação a Descartes, notadamente em sua doutrina do livre-arbítrio. Compreendendo a noção de livre-arbítrio cartesiano, tentaremos precisar a ruptura existente entre os dois filósofos. Analisaremos na Ética e no Tratado da emenda do intelecto a concepção da natureza da ideia e a sua distinção entre ideias adequadas e inadequadas, o que nos levará à sua crítica da faculdade da vontade livre. Essa análise se deterá especialmente na identificação que Espinosa realiza entre ideia e volição, sendo a ideia concebida como um ato de afirmação ou negação, de modo que a volição é constitutiva da ideia. É em virtude dessa identidade que Espinosa afirmará que o verdadeiro e o falso não se referem a um juízo exterior às ideias, mas a um juízo que opera internamente, nas próprias ideias. Com essa análise, tentaremos evidenciar que a identidade entre ideia e volição não elimina o caráter voluntário da ação cognitiva do homem na filosofia espinosana. A crítica de Espinosa em relação ao conceito de vontade, entendida como uma faculdade abstrata, isto é um universal abstrato, visa a romper com a ideia de que a vontade é absolutamente livre. A vontade deixa de ser a faculdade que afirma a liberdade entre contrários e torna-se a afirmação da livre necessidade. É essa concepção de uma faculdade universal e abstrata que acarretará ilusão do livre-arbítrio.