Efeito modulatório da coinfecção pelo Mycobacterium bovis na resposta imunológica de camundongos infectados com Strongyloides venezuelensis

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2008
Autor(a) principal: Vicentini, Michelle Alves lattes
Orientador(a): Ferreira, Ana Paula lattes
Banca de defesa: Costa, Sílvio Celso Gonçalves da lattes, Diniz, Cáudio Galuppo lattes, Souza, Celeste Silva Freitas de lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em Ciências Biológicas: Imunologia e Doenças Infecto-Parasitárias/Genética e Biotecnologia
Departamento: ICB – Instituto de Ciências Biológicas
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/2831
Resumo: As parasitoses intestinais representam um importante problema médico-sanitário, tendo em vista o grande número de pessoas acometidas e as inúmeras alterações orgânicas que podem provocar no hospedeiro. Infecções provocadas por Strongyloides venezuelensis apresentam uma resposta imune local tanto nos pulmões quanto no intestino, predominantemente do tipo Th2, caracterizada pela produção das citocinas IL-4, IL-5, IL-13 e IL-10, resultando em eosinofilia, aumento da produção de muco, mastocitose e altas concentrações de IgE. Por outro lado, infecções provocadas por micobactérias estimulam uma imunidade predominantemente do tipo Th1 caracterizada pela produção de IFN-, IL-12, TNF- e óxido nítrico. A tuberculose, causada pelo patógeno intracelular Mycobacterium tuberculosis, é uma das doenças infecciosas mais importantes, sendo responsável por aproximadamente 2,9 milhões de óbitos e 8 milhões de novos casos por ano. Ainda são escassos os trabalhos envolvendo co-infecções, e devido às complexas relações existentes entre parasitos e entre eles e seu hospedeiro, faz-se necessário observações criteriosas. No presente trabalho avaliou-se o efeito modulatório que o Mycobacterium bovis virulento exerce sobre a resposta imune de camundongos co-infectados com S. venezuelensis. Os resultados demonstraram que o perfil de resposta imune durante a infecção por S. venezuelensis parece ser diretamente influenciado pela presença do M. bovis, uma vez que o perfil de resposta Th2, específico ao verme, esteve diminuído nos animais co-infectados. Tal diminuição pôde ser constatada pelo aumento do número de ovos e vermes nos animais co-infectados quando comparado com os animais infectados somente com S. venezuelensis; assim como a diminuição dos níveis de IgE específica à larva L3 do verme detectada em diferentes pontos da infecção; diminuição dos níveis de IL-10 produzida por células de baço estimuladas in vitro com antígeno da larva L3 do verme; diminuição dos níveis de IL-4, IL-5 e IL-13 no intestino; diminuição da expressão de CD80, CD86 e CD25 em células de baço e linfonodo e aumento da expressão de CD28 em células de linfonodos mesentéricos. Em conjunto, esses resultados sugerem que a infecção por M. bovis, e a conseqüente ativação do perfil de resposta imune do tipo Th1, foi capaz de modular o desenvolvimento do perfil de resposta imune do tipo Th2 contra S. venezuelensis nos animais co-infectados, deixando-os mais susceptíveis à infecção com S. venezuelensis. Esse trabalho é o primeiro a avaliar os mecanismos imunoregulatórios envolvidos na co-infecção S. venezuelensis versus M. bovis.