Olhares sobre o brasileiro: o jovem, a indústria cultural e os sentidos de nacionalidade

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2011
Autor(a) principal: Freitas, Daniella Pires de lattes
Orientador(a): Miranda, Sonia Regina lattes
Banca de defesa: Zamboni, Ernesta lattes, Freitas, Maria Teresa de Assunção lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em Educação
Departamento: Faculdade de Educação
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/2667
Resumo: Esta pesquisa está inserida no contexto reflexivo da contemporaneidade em que se busca compreender os diferentes processos de conformação das identidades, considerando que os indivíduos apreendem os referenciais identitários culturais, políticos e sociais de maneira diversificada e influenciada pelo contexto sócio-histórico em que vivem. Nesse contexto, também é importante considerar a presença indiscutível dos produtos e imagens culturais veiculados pela indústria cultural formadores e informadores dessas identidades . Dentre múltiplas possibilidades e caminhos reflexivos a que nos conduz a contemporaneidade, experiências vivenciadas como professora de História dos ensinos Fundamental e Médio influenciaram-me a investigar a questão da identidade nacional. No caso, moveu-me profundamente a intenção de compreender a relação que os jovens estabelecem com a nacionalidade brasileira e esse encanto/desejo se transformou na questão principal desta dissertação: como o jovem se apropria de imagens de brasileiro que circulam na indústria cultural ? Para tanto, busquei identificar e analisar as referências que 34 alunos do Colégio Nossa Senhora do Carmo de Viçosa utilizam ao olhar para esta nacionalidade, procurando compreender a dinâmica de apropriações do conhecimento histórico escolar e das informações/formações adquiridas pela indústria cultural. Para apreender os sentidos de brasileiro que há para esses jovens, utilizei entrevistas individuais e interagi com o grupo em um ambiente virtual, o blog, onde postaram imagens de brasileiro presentes em diferentes mídias contemporâneas. Alicerçada nas reflexões acerca da contemporaneidade e processos identitários (BAUMAN, 1999; 2010; 2011; HALL, 2006; GIDDENS, 2001; 2002), busquei estabelecer um diálogo com os estudos sobre cultura e indústria cultural de Canclini (2008) e Martín-Barbero (1997; 2004). Imprescindíveis foram também as concepções de Nação e nacionalismo elaboradas por Anderson (2008) e Hobsbawn (1990; 1994; 1998) assim como a realização de um recorte historiográfico (1920-1970) a respeito das interpretações sobre o Brasil e a nacionalidade brasileira feitas por autores nacionais cânones de nossa historiografia. Como norteadores teóricos da Educação, Bakhtin [Volochinov] (1988; 2003) e Vygotski (1987; 1988) foram essenciais, bem como teóricos da História (RÜSEN, 2001) e pesquisadores do ensino de História (CERRI, 2000; 2010; MIRANDA, 2008; 2011; ZAMBONI, 2003). Os olhares que o grupo de jovens lançou sobre o brasileiro dimensionaram aspectos relevantes a respeito da interação que estabelecem com os estereótipos nacionais e da utilização de instrumentos tecnológicos e midiáticos, analisados em diálogo com o Ensino de História ao contribuir para problematizar e questionar a maneira com que os jovens utilizam o conhecimento histórico para apreenderem o mundo.