Jovem Guarda: a construção social da juventude na indústria cultural

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Pinto, Marcelo Garson Braule
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8132/tde-14122015-124043/
Resumo: Investigar o surgimento da ideia de música jovem no Brasil é o objetivo deste trabalho. Para tanto, privilegiamos os anos 60, momento em que a categoria de jovem, tornava-se hiper-representada na música, na televisão e na imprensa escrita, processo que culmina com a estreia do programa de TV Jovem Guarda, em agosto de 1965. Comandado por Roberto Carlos, Erasmo Carlos e Wanderléa, tratava-se de um apanhado de performances musicais que tinham a juventude como nicho de mercado privilegiado, cruzando influencias que iam dos Beatles à música italiana. Em pouco tempo, seus artistas se tornaram ídolos nacionais. Reconhecíveis em programas de TV, filmes, ensaios fotográficos, reportagens, sessões de entrevistas e até artigos de consumo como calças, botas, bonecos e lancheiras, em pouco tempo seus artistas tornaram-se não só ídolos nacionais, mas modelos de reconhecimento, identificação e conduta. Tratava-se do esforço inédito de construir uma cultura juvenil ao redor do consumo de música. O protagonismo da mídia é evidente em todo o processo, não somente por articular um mercado de bens culturais, mas sobretudo por fixar os quadros de referência que permitem enxergar, enquadrar e interpretar o jovem. Isso explica o foco desta tese na ação da indústria cultural. Ao lidar com uma grande diversidade de fontes - letras de canções, capas de disco, material de imprensa, artigos de consumo, pesquisas de mercado, entrevistas, registros audiovisuais -, em sua maioria primárias, estuda-se os diversos e conflitantes significados que forjaram a ideia de uma cultura juvenil no Brasil, desde sua enunciação em meados da década de 50, até seu amadurecimento na década seguinte. Sendo a música jovem o nosso campo de investigação privilegiado, o objetivo central é analisar a representação social da juventude construída pela Jovem Guarda e articulada no interior dos veículos de comunicação de massa. Para alcançá-lo, interessa-nos investigar: que representação é essa; como ela é assumida por agentes e instituições; através de que linguagem se afirma; a qual universo simbólico se refere e como é confrontada por narrativas concorrentes. Trabalhando na interseção entre a sociologia da música e a sociologia da juventude, exploramos em que medida a juventude se torna uma categoria central para pensar a música e a música, uma categoria central para pensar a juventude.