Características sociodemográficas, nutricionais e aspectos da diversidade bacteriana na microbiota intestinal de indivíduos com diferentes hábitos alimentares

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Reis, Isabela Brito lattes
Orientador(a): Diniz, Cláudio Galuppo lattes
Banca de defesa: Luquet, Sheila Cristina Potente Dutra lattes, Silva, Carolina dos Santos Fernandes da lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em Saúde Brasileira
Departamento: Faculdade de Medicina
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://doi.org/10.34019/ufjf/di/2022/00232
https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/14520
Resumo: A microbiota intestinal humana (MIH) apresenta grande densidade e diversidade de microrganismos, desempenhando importantes funções, como fornecimento de energia, de nutrientes e modulação imunológica, sendo que seu desequilíbrio pode estar relacionado a diversas patologias. Um dos fatores que mais influenciam na formação da MIH são os hábitos alimentares, que poderiam ser utilizados de forma a modular a relação entre hospedeiro e MIH, abrindo caminho para possíveis intervenções terapêuticas, a fim de prevenir e controlar doenças. O presente estudo teve como objetivo avaliar a estrutura de comunidades bacterianas em indivíduos saudáveis com diferentes hábitos alimentares e correlacionar com suas características nutricionais. Voluntários vegetarianos estritos (n=19), ovolactovegetarianos (n=20) e onívoros (n=19) foram submetidos à avaliação antropométrica e de consumo alimentar, além da coleta de amostras fecais, que foram analisadas através de cultivo em meios de cultura seletivos e de quantificação relativa por PCR em tempo real. As culturas com crescimento viável de bactérias foram submetidas à contagem de UFC e avaliação de morfotipos. Na análise quantitativa por PCR em tempo real, foram avaliados os grupos bacterianos Firmicutes, Bacteroidetes, γ-Proteobacteria e Lactobacillus. A dieta de indivíduos vegetarianos estritos exibiu maior consumo de carboidratos e fibras e menor consumo de proteínas e lipídeos. O alto consumo de proteínas de origem animal e de lipídeos pode estar relacionado ao aumento da abundância de bactérias Gram negativas potencialmente patogênicas na MIH. Do ponto de vista qualitativo, não foi possível um agrupamento por similaridade desses voluntários, o que sugere que os diferentes hábitos alimentares, numa visão geral, não seriam suficientes para gerar diferenças qualitativas na composição da MIH. Entretanto, houve a formação de um core bacteriano compartilhado entre os grupos, que poderia estar relacionado ao consumo de vegetais in natura ou minimamente processados. Portanto, diferenças nos consumos de macronutrientes, bem como nos tipos e formas dos alimentos ingeridos, exercem grande responsabilidade sobre a abundância dos microrganismos na MIH.