Resistoma clínico intestinal de indivíduos onívoros, ovolactovegetarianos e vegetarianos estritos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Silva, Suzane Fernandes da lattes
Orientador(a): Diniz, Cláudio Galuppo lattes
Banca de defesa: Dias, Vanessa Cordeiro lattes, Neumann, Elisabeth lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em Ciências Biológicas: Imunologia e Doenças Infecto-Parasitárias/Genética e Biotecnologia
Departamento: ICB – Instituto de Ciências Biológicas
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://doi.org/10.34019/ufjf/di/2021/00066
https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/12780
Resumo: As atividades humanas têm exercido intensa pressão seletiva nas comunidades microbianas na natureza, o que tem resultado em diferentes níveis de modulação dos diferentes ecossistemas microbianos. Dentre estas atividades, o uso de xenobióticos na produção de alimentos, bem como hábitos alimentares humanos figuram como forças expressivas que contribuem para o fenômeno da resistência bacteriana aos antimicrobianos. É reconhecido o fluxo genético horizontal entre microbiota exógena e microbiota intestinal humana (MIH), tendo os alimentos um importante papel na veiculação microbiana neste contexto. Assim, o objetivo deste estudo foi avaliar aspectos da resistência clínica da MIH entre indivíduos saudáveis com diferentes hábitos alimentares. Três grupos de voluntários com hábitos alimentares diferentes, onívoros (ON), ovolactovegetarianos (VT) e vegetarianos estritos (VG), foram submetidos à avaliação nutricional e antropométrica. A partir do DNA metagenômico obtido de amostras fecais destes indivíduos, foi avaliada, por PCR convencional, a ocorrência de 37 determinantes genéticos relacionados à resistência aos antimicrobianos de importância médica humana, para caracterização do resistoma clínico. A correlação entre os diferentes hábitos alimentares e a ocorrência de genes de resistência aos antimicrobianos (ARG) foi avaliada. Um total de 19 ON, 20 VT e 19 VG foram analisados. Não houve diferenças significativas na ingestão calórica média entre os grupos. A ingestão média de proteína foi significativamente maior em ON e o consumo de fibras e carboidratos foi maior em VG. Dos ARG pesquisados, 22 foram detectados. Nenhuma relação clara entre dietas e ocorrência de ARG foi observada. Os genes de resistência às tetraciclinas, β-lactâmicos e grupo MLS (macrolídeos, lincosamidas e estreptograminas) foram os mais frequentes, seguidos pelos genes de resistência às sulfonamidas e aminoglicosídeos. Vegetais e alimentos minimamente processados parecem ser a principal fonte de ARG para a MIH. Embora os hábitos alimentares variem entre os indivíduos, o ambiente e a ampla distribuição de ARG a partir de diferentes atividades humanas chamam atenção para a complexidade do fenômeno de resistência bacteriana aos antimicrobianos e a necessidade de seu manejo no contexto de Saúde Única.