Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2016 |
Autor(a) principal: |
Almeida, Vinicius Campos de
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Orientador(a): |
Carvalho, Fabrício Alvim
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Banca de defesa: |
Pifano, Daniel Salgado
,
Valente, Arthur Sérgio Mouço
,
Menini Neto, Luiz
,
Ponzo, Andréa Pereira Luizi
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Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-graduação em Ecologia
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Departamento: |
ICB – Instituto de Ciências Biológicas
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/4517
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Resumo: |
A busca da compreensão da complexidade das florestas tropicais tem relevância cada vez mais reconhecida em políticas de conservação e de recuperação de ecossistemas degradados e qualidade ambiental de paisagens alteradas. A presença humana tornou-se, a partir dos cinco últimos séculos, um fator de destituição da identidade da Floresta Atlântica, tornando-o um dos domínios naturais mais ameaçados do mundo, onde são raros os testemunhos de florestas primitivas. Iniciativas de conservação dos remanescentes florestais representam uma possibilidade de salvaguarda da Floresta Atlântica. Reservas Particulares do Patrimônio Natural (RPPNs) surgem como uma importante instrumento na busca da intermediação de aspectos sociais, econômicos e ambientais. A porção setentrional da Mantiqueira Sul possui poucas Unidades de Conservação e a identidade única e relevância conservacionista de seus ecossistemas florestais ainda não são devidamente reconhecidas. Tal situação provavelmente se deve a uma lacuna no conhecimento desses remanescentes. Visando contribuir para o conhecimento científico dessa região, foram realizados em três RPPNs (Brejo Novo - BN; Mato Limpo - ML; e Fazenda da Serra - FS) inventários fitossociológicos (DAP ≥ 5 cm) de um hectare de floresta em cada uma e análises estratificadas com DAPs ≥ 5, 10 e 30 cm. Foi feita também a comparação de dados obtidos com os de outros levantamentos de trechos da Floresta Atlântica considerados “bem conservados” ou “maduros”. Para a verificação das influências florísticas e fitogeográficas foram compiladas a distribuição geográfica e status de conservação das espécies identificadas e analisados padrões fitogeográficos e influências ambientais dentro de um contexto de 897 áreas da Floresta Atlântica. Foram registrados nas três áreas 5501 indivíduos, pertencentes a 374 espécies. Brejo Novo contabilizou 167 espécies, ML contabilizou 173 espécies e FS contabilizou 227 espécies. O índice de diversidade de espécies (H’) foi, para BN, ML e FS, respectivamente, de 4,36; 4,33; e 4,70 nats.ind-1. A equabilidade (J) foi 0,85; 0,84; e 0,87, respectivamente. A área basal total foi de 32,94; 37,83; e 44,86 m².ha-1, respectivamente. A análise estratificada do componente arbóreo propiciou uma visão menos estática das relações florísticas e estruturais das florestas, favorecendo melhor compreensão do andamento do processo sucessional e demonstrando que interpretações acerca desse processo, baseadas somente no percentual de espécies raras, podem propiciar interpretações equivocadas. Dentro da tendência geral dos dados, conclui-se que os valores percentuais de árvores mortas apresentados pelas três áreas de estudo não se mostraram bons indicadores de seu status de conservação. Os padrões encontrados evidenciam as áreas de estudo como referenciais da variabilidade natural da Floresta Atlântica em seu processo sucessional tardio. A comparação das três áreas com o conjunto das áreas tomadas como referência reforça esse achado. A flora encontrada demonstra forte influência do domínio fitogeográfico atlântico, particularmente da Floresta Ombrófila. O percentual de espécies exclusivas de cada uma das três áreas demonstra o alto valor de substituição de espécies ao longo do gradiente formado entre elas, ao redor do qual se ajuntam influências florísticas variadas. Esse grupo de contribuições exclusivas também é constituído principalmente por espécies pouco representadas em número de indivíduos. Essas características, chave da relevância das áreas de estudo, também apontam para a singularidade dessa porção da Mantiqueira para a conservação da Floresta Atlântica. Assim, também fica evidenciada a importante contribuição das RPPNs como instrumento voluntário, capaz de salvaguardar o que escapa às prioridades estabelecidas pelas políticas públicas de conservação. |