SARS-CoV-2 e a prevenção da transmissão cruzada na Odontologia

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Souza, Vívian Gonçalves Carvalho lattes
Orientador(a): Apolônio, Ana Carolina Morais lattes
Banca de defesa: Laxe, Laísa Araújo Cortines lattes, Lins, Renata Ximenes lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em Clínica Odontológica
Departamento: Faculdade de Odontologia
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://doi.org/10.34019/ufjf/di/2022/00029
https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/13880
Resumo: O novo coronavírus, SARS-CoV-2, causador da doença pandêmica conhecida como COVID-19, infecta células humanas como as epiteliais respiratórias e os ductos das glândulas salivares, tornando a cavidade bucal e a saliva uma fonte potencial de infecção pelo vírus. Considerando a íntima associação do SARS-CoV-2 com a cavidade bucal, e desta com a Odontologia, esse trabalho foi dividido em três etapas: 1. Higienização de chupetas visando à prevenção da possível transmissão do vírus, buscando compreender quais métodos de desinfecção de chupetas são mais eficazes; 2. Avaliação da biossegurança em consultórios odontológicos diante da eminente transmissão cruzada do vírus e 3. Avaliação do risco e contaminação por COVID-19 relacionados à atuação profissional de cirurgiões-dentistas. Em relação à primeira etapa, foi realizada uma revisão sistemática, tendo como questão: “Existe consenso sobre descontaminação de chupetas?”, tendo sido registrada no PROSPERO (CRD42020152011). Realizou-se um levantamento em diferentes bases de dados, utilizando os descritores "pacifier", "disinfection", "biofilm" e "microbiology”. Obteve-se, inicialmente 121 artigos; após exclusão dos estudos duplicados e ao passarem por uma triagem final, 8 estudos foram eleitos. Todos os métodos de desinfecção das chupetas encontrados foram adequados para o controle microbiano, porém, atualmente não há consenso sobre o método ideal, devido à diversidade de protocolos propostos com diferentes agentes e estratégias. A chupeta pode ser considerada um veículo de contaminação e transmissão microbiana, principalmente do SARS-CoV-2; portanto, a atenção na desinfecção das mesmas deve ser reforçada durante os tempos de pandemia. Em relação à segunda etapa, a pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa - Universidade Federal de Juiz de Fora (CEP/UFJF) - 4.026.242. Sendo este um estudo transversal, quali-quantitativo, por bola de neve, com amostra de cirurgiões-dentistas, atuantes no Brasil. Realizado por meio de questionário autoaplicável, com 25 questões. Foram obtidos 413 e-questionários (maio a junho de 2020). As orientações realizadas para o paciente na chegada ao consultório odontológico foram diferentes em todo o país. A maioria dos participantes utilizou a máscara do tipo N95 para algum procedimento. Os reajustes clínicos de procedimentos e equipamentos para evitar a disseminação de aerossóis foram diferentes entre os grupos de especialidades. Esta pesquisa sugeriu que os documentos de orientação para biossegurança não eram acessíveis a todos os profissionais da Odontologia, dificultando o estabelecimento de medidas para controlar a propagação da pandemia. Sobre a terceira etapa, trata-se de um estudo transversal qualiquantitativo, com amostra de 133 cirurgiões-dentistas, pareados com professores do ensino fundamental, médio e superior (n=68) de todo Brasil. A pesquisa foi aprovada pelo CEP/UFJF - 4.690.509. A coleta de dados foi conduzida a partir de um questionário autoaplicável (maio a agosto de 2021). Grande parte de ambos profissionais eram do sexo feminino, da região Sudeste e apresentaram sintomas relacionados à doença. Houve associação estatística entre as variáveis tipo de exame realizado, resultado do teste e dias de afastamento, considerando-se a profissão (p <0,05). De acordo com os achados, a atuação profissional de cirurgiõesdentistas não parece desempenhar um papel substancial no processo de infecção para a COVID-19 em comparação à profissão professor no Brasil.