Dupla triagem para sífilis e HIV em gestantes de um município prioritário para eliminação da transmissão vertical no Brasil: incidência, fatores de risco e análise espacial

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Fava, Lidiane Martins Gonçalves lattes
Orientador(a): Silva, Márcio Roberto lattes
Banca de defesa: Costa, Ronaldo Rodrigues da lattes, Souza, Ricardo José de Paula lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em Saúde Coletiva
Departamento: Faculdade de Medicina
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
HIV
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://doi.org/10.34019/ufjf/di/2021/00394
https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/13832
Resumo: A Organização Mundial da Saúde estabeleceu, em 2010, critérios para a eliminação da transmissão vertical (TV) do HIV (sigla do termo em inglês Human Immunodeficiency Virus) e da sífilis congênita (SC) de forma integrada. Desde então, o Ministério da Saúde (MS) no Brasil preconiza a dupla testagem para sífilis e HIV durante o pré-natal (PN) no primeiro e terceiro trimestres gestacionais. Este estudo visa avaliar a incidência de gestantes atendidas na atenção básica no município de Juiz de Fora, MG que não realizaram a dupla testagem nos períodos preconizados durante o pré-natal e quais os fatores associados ao não cumprimento dessas testagens. Trata-se de uma pesquisa observacional de coorte prospectiva que acompanhou 399 puérperas entrevistadas de julho a dezembro de 2018. As participantes realizaram o PN exclusivamente nas Unidade Básica de Saúde (UBS) em Juiz de Fora e, no momento da entrevista, encontravam-se nos leitos reservados à assistência pós-parto ou aborto nos hospitais da rede Sistema Único de Saúde. Regressões logísticas multinomiais univariadas e multivariadas foram realizadas para avaliar as associações entre as possíveis variáveis explicativas e as incidências das três categorias de desfechos definidos quanto ao cumprimento da dupla testagem: completo, parcial e não cumprimento. A análise espacial relacionou o grau de atendimento da dupla testagem com os tipos de UBS e as regiões de maior vulnerabilidade do município. Como principal resultado este estudo verificou uma incidência de 24,8% (IC95%, 21 - 29), 59,4% (IC95%, 55 - 64) e 15,8% (IC95%, 12 - 19) de gestantes que cumpriram completamente, parcialmente e que não cumpriram a dupla testagem. As gestantes mais jovens, com histórico de prematuridade e com maior número de gestações apresentaram um maior risco de não cumprimento da dupla testagem conforme o preconizado pelo MS. A análise espacial mostrou que os aglomerados para o atendimento total e o não atendimento da dupla testagem se concentraram ao sul do município. Por outro lado, o atendimento parcial aconteceu de maneira homogênea em todo o território demonstrando falhas na qualidade do PN de uma forma geral em todas as UBS. Concluiu-se que a testagem para sífilis e HIV aconteceu em apenas um quarto das gestantes do estudo conforme o protocolo do Ministério da Saúde. A definição dos fatores de risco envolvidos no não cumprimento da dupla testagem e a correlação das regiões de não cumprimento com áreas de maior vulnerabilidade do município pode ser útil para direcionar os programas de controle da transmissão vertical da sífilis e do HIV a focar em estratégias que alcancem mulheres do grupo mais exposto visando aprimorar a qualidade da atenção à saúde e a eliminação desses agravos.