Caracterização genômica de bactérias multirresistentes isoladas de animais sinantrópicos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Pereira, Elder Sano
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/42/42132/tde-07122022-180924/
Resumo: Bactérias resistentes às cefalosporinas de espectro estendido e/ou carbapenêmicos, classificadas como patógenos prioritários pela OMS, vêm se disseminando para além dos ambientes hospitalares, chegando a colonizar animais sinantrópicos como pombos (Columba livia) e roedores (Rattus rattus, Rattus norvegicus e Mus musculus), com potencial para integrar sistemas de sentinelas para o biomonitoramento de ambientes antropogenicamente impactados. No presente estudo foi investigada a ocorrência de bactérias Gram-negativas resistentes a antibióticos de relevância clínica em animais sinantrópicos da cidade de São Paulo. Cepas multirresistentes de Escherichia coli (n = 5), Klebsiella pneumoniae (n = 1) e Leclercia adecarboxylata (n=1) foram isoladas de pombos e roedores triados em 2019. Os isolados tiveram seu genoma completo sequenciado. As análises de bioinformática predisseram a presença de genes de resistência e/ou mutações conferindo resistência a beta-lactâmicos (blaCTX-M, blaCMY, blaTEM, blaOXA, blaSHV, blaLAP), aminoglicosídeos (aac(3)-IIa, aac(6\')-Ib-cr, aac(3)-IId, aadA, aph(3&#39)-Ia, strA, strB), fluoroquinolonas (aac(6\')-Ib-cr, qnrB, qnrS, gyrA-S83I, gyrA-S83L, gyrA-D87L, gyrA-S87N, parC-S80I, parE-S458A), sulfonamidas/trimetoprim (sul1, sul2, sul3, dfrA), tetraciclinas (tetA), fenicóis (floR, cmlA) e macrolídeos (mphA, mphB). Além disso, foram identificados genes de tolerância a arsênio, cobre, mercúrio, prata, clorexidina, peróxido de hidrogênio e compostos de quaternário de amônio. As cepas de E. coli pertencem aos STs 10, 155, 224 e 457, enquanto a cepa de K. pneumoniae pertence ao clone internacional ST307. A análise filogenômica destas cepas revelou similaridades com cepas de origem humana, confirmando o sucesso da expansão de clones internacionais de alto risco além do ambiente hospitalar, denotando um problema de Saúde Única, cuja dimensão deveria ser monitorada em um plano nacional de vigilância epidemiológica, ao passo que o potencial risco de transmissão zoonótica/zooantroponótica demanda adicional investigação.