Infodemia da COVID-19 e as repercussões na saúde mental de idosos brasileiros: um estudo multicêntrico
Ano de defesa: | 2023 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | , , , |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-graduação em Psicologia
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Departamento: |
ICH – Instituto de Ciências Humanas
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: | |
Área do conhecimento CNPq: | |
Link de acesso: | https://doi.org/10.34019/ufjf/te/2023/00131 https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/16272 |
Resumo: | Introdução: o excesso de informação relacionada à covid-19 ocasionou uma problemática secundária à pandemia, a infodemia, que se refere ao aumento no volume de informações associadas a um assunto específico, que pode se multiplicar rapidamente em pouco tempo. Dentre os grupos etários, a infodemia pode ter maior repercussão na vida dos idosos devido a fragilidades no letramento em saúde e letramento digital. Objetivo: analisar a relação entre a infodemia sobre a covid-19 e as repercussões na saúde mental de pessoas idosas, descrever o perfil dos idosos participantes e analisar a exposição às informações sobre covid-19 e sua associação com o rastreio de Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG), estresse percebido e depressão maior. Método: estudo transversal, exploratório, realizado com 3.307 idosos brasileiros. Os dados foram coletados por web-based survey, via redes sociais e e-mail, entre julho de 2020 e março de 2021. Realizou-se análise descritiva, análise bivariada para estimar associações de interesse e análise de regressão logística para rastreio de TAG e depressão, e regressão linear para rastreio de estresse percebido bruta e ajustada por variáveis previsoras, sociodemográficas e infodêmicas. Resultado: ao analisar a associação de rastreio para estresse percebido com as variáveis infodêmicas, por meio da aplicação do teste ANOVA, foi encontrada uma diferença entre as médias do score de estresse percebido de acordo com a frequência de exposição as redes sociais (p = 0,04) e ao número de horas de exposição às informações as redes sociais (p= 0,02). O teste post hoc de Bonferroni revelou que a diferença encontrada no ANOVA em relação à média do escore de estresse se referem aos idosos que se expuseram durante uma hora a redes sociais (p=0,04) e aos idosos que não tiveram nenhuma exposição a redes sociais (p=0,04). Foi encontrada associação significativa entre o desfecho rastreio para TAG e as variáveis frequência de exposição a redes sociais (p =0,00) e horas de exposição a notícias e informações sobre COVID-19 nas redes sociais (p = 0,01). Na regressão logística bruta, “alguma” frequência às redes sociais (p=0,00) duas a cinco horas de exposição às redes sociais (p=0,03) foram associadas ao rastreio para TAG. Na regressão linear bruta, “alguma” frequência às redes sociais (p=0,02) e uma hora de exposição às redes sociais (p=0,00) foram associadas ao aumento do escore de rastreio para estresse percebido. Foi encontrada associação significativa entre o desfecho para rastreio de depressão e as variáveis frequência de exposição a televisão (p= 0,01), horas de exposição a notícias e informações sobre covid-19 nas redes sociais (p =0,00) e na televisão (p=0,02). Na regressão logística bruta, foram associadas ao rastreio para depressão estar exposto frequentemente às notícias e informações sobre covid-19 pelo rádio (p=0,02) e televisão (p=0,00), estar exposto por duas horas (p=0,00) ou por três horas ou mais (p= 0,04) à televisão, bem como estar exposto por duas a cinco horas (p = 0,00) ou por seis horas ou mais (p=0,02) nas redes sociais Considerações: o estudo apresenta contribuições para o meio científico, uma vez que se insere em um eixo lacunar e representa o ineditismo na investigação sobre os impactos da infodemia no rastreio de TAG, estresse percebido e depressão maior na população idosa brasileira. Compreende-se que a infodemia afeta a saúde mental e interfere na qualidade de vida dos idosos. Ressalta-se que o gerenciamento do excesso informacional deve ser uma pauta em debate na saúde pública para o enfrentamento da infodemia, que demanda uma resposta integrada e coordenada por parte das instituições governamentais e de pesquisa, envolvendo a qualidade da produção e circulação de informação validadas cientificamente. |