Revisitando Lilith: um estudo sobre indecência e libertinagem em diálogo com a Teologia Queer de Marcella Althaus-Reid
Ano de defesa: | 2022 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | , |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-graduação em Ciência da Religião
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Departamento: |
ICH – Instituto de Ciências Humanas
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: | |
Área do conhecimento CNPq: | |
Link de acesso: | https://doi.org/10.34019/ufjf/di/2022/00056 https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/14245 |
Resumo: | Lilith: Mulher-demônio, primeira esposa de Adão, expulsa do paraíso por se recusar a ficar sob ele durante o ato sexual. Sentenciada a viver sozinha, vagando pelas trevas, atormentando crianças recém-nascidas. O mito de Lilith possui diversas nuances, que frequentemente convergem a um ponto – o da associação ao caos e ao libertino. Todo mito religioso é contextual e constitui-se enquanto uma linguagem da religião que conta e ensina sistemas e representações. Mas ele não é uma zona neutra. Ao contrário, o mito é uma poderosa ferramenta cujo sentido é atribuído a partir de crenças, valores, experiências e intenções de um grupo ou comunidade. Tradicionalmente, Lilith tem sido usada como um exemplo a não ser seguido. Especialmente para mulheres, ensina uma sexualidade e um comportamento que, mais do que evitado, deve ser temido. Mas por quê? Como chegou-se a essa intepretação? Quais os efeitos dela? E ainda, de que forma é possível reconstruir o mito de Lilith a partir de uma interpretação menos estática em termos de gênero e sexualidade? Partiu-se dessas perguntas para investigar as construções pedagógicas deste mito, sob a hipótese de que ele tem contado e ensinado determinadas pedagogias, especialmente pedagogias de gênero e sexualidade restritivas, que têm sido pouco investigadas nos estudos tradicionais, e que é possível contá-las de uma outra forma a partir de uma hermenêutica indecente, nos termos da Marcella AlthausReid. A dissertação utilizou-se de metodologia qualitativa, a saber, um levantamento documental parcial sobre mitologia mesopotâmica e lilithiana e um levantamento bibliográfico sobre a hermenêutica queer nos estudos em religião. A intenção é investigar como as pedagogias de gênero e sexualidade têm sido operadas no mito de Lilith e de que maneira podem ser subvertidas em uma proposta indecente. |