Abolicionismo e solidariedade: uma perspectiva comparada entre Úrsula de Maria Firmina dos Reis e A Cabana do Pai Tomás de Harriet B. Stowe
Ano de defesa: | 2022 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | , |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-graduação em Letras: Estudos Literários
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Departamento: |
Faculdade de Letras
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: | |
Área do conhecimento CNPq: | |
Link de acesso: | https://doi.org/10.34019/ufjf/di/2022/00241 https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/14658 |
Resumo: | Este trabalho se propõe a analisar, sob metodologia exploratória, historiográfica e bibliográfica, as obras: Úrsula (1859), de Maria Firmina dos Reis e A Cabana do Pai Tomás (1853), de Harriet Beecher Stowe. As duas obras escritas no século XIX, ainda escravagista, revelam um movimento de escrita em favor da abolição da escravatura no Brasil e nos Estados Unidos ainda imersos no trabalho escravo. Analisados sob a perspectiva da filosofia existencialista cristã de Soren Kierkegaard, os romances abordam a temática do escravizado por um viés que o retira do lugar de nulidade e objetificação e o leva à condição de indivíduo, atentando para a constituição de sua subjetividade. O existencialismo cristão perpassa as narrativas, trazendo a ideia de que a realização de escolhas é uma característica inerente a todo ser humano. À medida que o escravizado passa a viver sua subjetividade, ele realiza escolhas que são evidenciadas nos romances. A condição de igualdade dos homens encontra suas bases nos próprios preceitos do cristianismo, que é evocado como fator de sensibilização do público leitor. Levando-se em consideração as particularidades de cada território no período oitocentista, os personagens revelam características associadas às morais religiosas como o sacrífico em favor de um irmão. Para fins de comparação, consideram-se também os contextos históricos e sociais que levaram Maria Firmina ao silenciamento, enquanto Stowe alcançou proporções gigantescas, sendo seu livro chamado, na época, de estopim da guerra civil norte-americana. Neste trabalho, contrapomos a escrita dessas autoras a de autores do mesmo período que vinculavam uma imagem do escravo como algoz, e cheia de estereótipos, refletindo a posição da elite escravocrata quanto ao regime de escravidão. Firmina e Stowe, em movimento contrário, buscam a libertação de todos os escravizados fundamentando-se nas condições de igualdade e solidariedade estabelecidas pelo cristianismo. A análise dos fatores diversos permite analisar a escrita dos romances de Firmina e Stowe como obras verdadeiramente abolicionistas. Desta forma, este trabalho se ocupa de demonstrar, por meio de analise comparada, o teor abolicionista cristão de Úrsula e A Cabana do Pai Tomás, aproximando-os, apesar dos contextos diversificados. |