Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2014 |
Autor(a) principal: |
Ferreira, Rosângela Veiga Júlio
|
Orientador(a): |
Rocha, Marlos Bessa Mendes da
|
Banca de defesa: |
Lemos, Daniel Cavalcanti de Albuquerque
,
Antunes, Katiuscia Cristina Vargas
,
Nunes, Zilda Clarice Rosa Martins
,
Mignot, Ana Chrystina Venancio
|
Tipo de documento: |
Tese
|
Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Juiz de Fora
|
Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-graduação em Educação
|
Departamento: |
Faculdade de Educação
|
País: |
Brasil
|
Palavras-chave em Português: |
|
Área do conhecimento CNPq: |
|
Link de acesso: |
https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/859
|
Resumo: |
Discuto, nesta tese, os projetos de formação de leitor com os quais Gabriela Mistral e Cecília Meireles se envolveram durante as reformas educacionais do México, em 1922, e do Brasil, em 1931, respectivamente. Comparo as trajetórias multifacetadas de ambas as intelectuais no tempo histórico da modernidade educacional, por meio da análise das ações que fundamentaram a implementação de bibliotecas, em especial, as destinadas à leitura pública das crianças. Organizo temporalmente os acontecimentos a partir das experiências vivenciadas pelas duas intelectuais por meio da análise das crônicas educacionais que circularam em espaços jornalísticos e cartas que trocaram entre si e com outros intelectuais. Ao comparar as trajetórias de Gabriela Mistral e Cecília Meireles, buscando aclarar sentidos do novo no tempo histórico, identifico possibilidades e limites a partir do que forjaram no campo educacional, analisando como os projetos de educação popular concebiam a escola, a criança e a formação do leitor. Os problemas evidenciados referem-se a aspectos de natureza política, social e administrativa que dificultaram a manutenção das bibliotecas pensadas nas reformas. Problemas que acabaram, no caso do Brasil, na extinção de algumas das bibliotecas; no caso do México, na precarização de investimentos na manutenção e ampliação dos seus acervos. Em que pesem as diferenças no processo de ampliação de educação, o fato é que tais iniciativas representaram um momento da modernidade educacional que pode ser evidenciado nesta tese por meio da análise do projeto de idealização e organização das bibliotecas infantis por Gabriela Mistral, no México, e por Cecília Meireles, no Brasil. Essas duas mulheres conceberam tais bibliotecas como meio de fortalecer os valores, as emoções e as referências culturais. As preocupações de ambas intelectuais com a formação da criança foram centrais em suas diferentes ocupações na esfera pública, representando o sentido do novo que se colocava à época de que era necessário investir na leitura pública. Entenderam a importância de atuarem no sentido da formulação de uma concepção de literatura infantil que aliasse a pureza e o imaginário da infância, defendendo a ideia de que escrever para criança exigia estudos detalhados sobre o gosto literário infantil, aliado à sensibilidade. Na mesma linha, investiram em ações que visavam a ampliação do acesso ao livro, assim como o desenvolvimento de práticas de leitura nas bibliotecas infantis, entendendo esse conjunto de ações como possibilidade de efetivação do que acreditavam ser necessário a tal formação. A interpretação do tempo histórico permite compreender o que ocorreu nas reformas educacionais do México e do Brasil a partir da intervenção dessas duas intelectuais, que deixam à geração que as sucedeu a possibilidade de dar continuidade ao que propuseram àquele tempo: formar a criança leitora. |