Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2019 |
Autor(a) principal: |
Nunes, Ana Beatriz Mauá |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8138/tde-03032020-160001/
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Resumo: |
Este trabalho tem como objetivo investigar as correspondências trocadas entre Gabriela Mistral e Victoria Ocampo entre 1926 a 1956. Ancorado no aporte teórico-metodológico oferecido pela História das Relações de Gênero e das Escritas de Si, pretende elucidar três questões substanciais. A primeira delas refere-se ao modo como construíram suas trajetórias enquanto escritoras, atuantes na vida pública e que obtiveram reconhecimento de seus pares em nível nacional e internacional. Como se produz essa consagração? Em nosso entendimento, ele é fruto da qualidade estética e crítica de seus escritos, mas revela também a capacidade de Mistral e Ocampo em constituírem laços de sociabilidade com escritores e artistas, latino-americanos, europeus e estado-unidenses. Tal rede foi fundamental para que se articulassem no campo literário e obtivessem reconhecimento ali. Em segundo lugar, detivemo-nos à percepção das duas autoras a respeito do papel social da mulher, sobretudo, daquelas que se dedicaram a escrita profissional. Em terceiro, compreender como enxergavam o problema das identidades latino-americanas, temática efervescente nas primeiras décadas do século XX. Por um lado, Mistral enfatizava seu compromisso com o desenvolvimento dos povos indígenas e reconhecia neles a origem da grandeza espiritual latino-americana. Cobrou enfaticamente de Victoria Ocampo uma postura mais engajada em relação aos problemas que assolavam o continente. Em contrapartida, a escritora portenha não manifestava o mesmo entusiasmo: era tributária de certa tradição literária e intelectual europeia, sobretudo, francesa. Tais tensões perduraram ao longo dos trinta anos de amizade e revelaram tanto a forma como encararam as condições políticas, culturais e sociais de seu tempo, como atravessaram suas próprias vidas. |