Práticas de apurar crimes em interrogatórios policiais: uma abordagem da Análise da Conversa Etnometodológica

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Pinto, Priscila Júlio Guedes lattes
Orientador(a): Gago, Paulo Cortes lattes
Banca de defesa: Biar, Liana de Andrade lattes, Oliveira, Talita de lattes, Vieira, Amitza Torres lattes, Rocha, Luiz Fernando Matos lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em Letras: Linguística
Departamento: Faculdade de Letras
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/4273
Resumo: O presente trabalho tem como objetivo mapear as práticas de apurar crimes, desempenhadas por um inspetor de polícia, nos interrogatórios policiais da Delegacia de Repressão a Crimes Contra a Mulher (doravante DRCCM). A relevância deste trabalho deve-se ao fato de a atividade de apurar crimes, nos interrogatórios policiais, ser fundamental para a composição do processo criminal, encaminhado ao judiciário para punição dos acusados. Esta pesquisa baseia-se no referencial teórico-metodológico da Análise da Conversa de base Etnometodológica (SACKS, SCHEGLOFF e JEFFERSON (2003 [1974]) para o mapeamento sequencial dessas práticas, que são construídas localmente nas interações dos interrogatórios policiais. O trabalho insere-se no panorama da Linguística Aplicada das Profissões (SARANGI, 2005). Considerando que a apuração se processa, sobretudo, por meio de sequências de pares adjacentes de pergunta e resposta, a análise parte do estudo das práticas de apurar crimes executadas por um policial, e das perguntas e/ou afirmações que as implementam. Este estudo evidencia que, através de tais práticas, o policial atinge a sua meta institucional, tentando coletar informações que comprovem a materialidade dos delitos. Os resultados desta pesquisa mostram que das oito práticas detectadas, em apenas duas, o policial consegue as informações criminais que ele busca obter. Apesar de a maioria dessas práticas não tenham sido eficazes para o policial comprovar a materialidade dos delitos, destaca-se que o conhecimento adquirido pelos policiais civis dessas práticas possa contribuir para o desenvolvimento do trabalho policial nas Delegacias de Polícia, de modo que os próprios policiais reflitam sobre o seu fazer investigativo e busquem novas práticas que possam ajudá-los na obtenção de informações relacionadas aos delitos.