Investigação do potencial químico e biológico de Vernonia condensata Baker (Asteraceae)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2012
Autor(a) principal: Silva, Jucélia Barbosa da lattes
Orientador(a): Alves, Maria Silvana lattes
Banca de defesa: Souza, Sílvia Ribeiro de lattes, Fontes, Elita Scio lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em Ciências Farmacêuticas
Departamento: Faculdade de Farmácia
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/10930
Resumo: Vernonia condensata Baker (Asteraceae), conhecida como necroton, é usada na medicina tradicional como analgésico, desintoxicante hepático e antimicrobiano. O objetivo do presente estudo foi avaliar o potencial químico e biológico dessa planta, visando fornecer novos subsídios para a melhor compreensão científica de seu uso medicinal. Folhas secas e pulverizadas foram exaustivamente extraídas com etanol por maceração estática. O extrato etanólico foi particionado, obtendo as frações hexânica, diclorometânica, em acetato de etila e butanólica. A prospecção fitoquímica foi realizada empregando reações clássicas de identificação das principais classes de metabólitos especiais. Os teores de fenóis e flavonoides totais foram determinados por espectrofotometria. A atividade antioxidante foi determinada pelo método de 2,2-difenil-1-picril-hidrazila (DPPH), bioautografia com DPPH, poder de redução do Fe+3 e método do ácido tiobarbitúrico (TBA), enquanto o potencial antibacteriano foi investigado pelo método de difusão em ágar e pela determinação da Concentração Inibitória Mínima (CIM) por meio do método de microdiluição. A toxidez aguda foi estabelecida pela dose letal 50% (DL50). A atividade antinociceptiva foi avaliada pelos testes de contorções abdominais, formalina e placa quente, enquanto a anti-inflamatória por meio dos métodos de edema de pata e pleurisia. Os dados foram demonstrados como média  erro padrão e a análise de variância seguida dos testes de Newman-Keuls, Bonferroni ou Tukey foi usada para medir o grau de significância (p < 0,05). As reações químicas de identificação permitiram detectar a presença de taninos, flavonoides, cumarinas, saponinas, terpenos e esteroides. Os teores de fenóis totais variaram de 0,19 a 23,11 g/100 g, enquanto os flavonoides totais de 0,13 a 4,10 g/100 g. A CE50 do método DPPH variou de 4,28 a 75,10 μg/mL e a bioautografia demonstrou a presença de constituintes antioxidantes. O poder de redução do Fe+3 foi de 19,98 ± 0,42 a 336,48 ± 11,05 μg/mL e o teste de peroxidação lipídica demonstrou efeito significativo em diferentes concentrações. O extrato etanólico não foi tóxico nas doses testadas e reduziu as contorções abdominais e o tempo de lambida da pata aumentando, também, o tempo de latência sobre a placa quente revelando, dessa forma, atividade antinociceptiva. Além disso, o edema de pata e o volume e o número de leucócitos no exsudato pleural foram reduzidos, demonstrando a atividade anti-inflamatória do extrato. Quanto à atividade antibacteriana, os valores de CIM mostraram que as frações testadas foram ativas em maior ou menor grau frente às amostras de referência investigadas. Os dados de CIM foram compatíveis com aqueles preliminarmente observados na etapa de triagem através do método de difusão. Por meio da determinação da Concentração Bactericida Mínima (CBM) foi possível classificar o efeito bacteriostático ou bactericida do extrato etanólico e frações testadas. Os resultados obtidos no presente estudo indicaram que V. condensata corresponde a uma importante fonte de substâncias bioativas com propriedades antioxidante, antibacteriana, antinociceptiva e anti-inflamatória e pode constituir uma alternativa promissora para aplicações terapêuticas.