Ensaio clínico randomizado da nitazoxanida no tratamento de poliparasitoses intestinais em municípios da Zona da Mata, Minas Gerais

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2009
Autor(a) principal: Andrade, Elisabeth Campos de lattes
Orientador(a): Leite, Isabel Cristina Gonçalves lattes
Banca de defesa: Teixeira, Maria Teresa Bustamante lattes, Passos, Sônia Regina Lambert lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em Saúde Brasileira
Departamento: Faculdade de Medicina
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/3946
Resumo: As parasitoses intestinais são um importante problema de saúde pública principalmente nos países subdesenvolvidos ou em desenvolvimento. Embora o parasitismo intestinal seja amplamente reconhecido como relevante no contexto epidemiológico de diversas comunidades, os estudos sobre o assunto são ainda insuficientes, principalmente no Brasil. Em vista da dificuldade de diagnóstico específico das parasitoses, muitas vezes são realizados tratamentos empíricos com mais de uma droga. O objetivo principal do presente estudo foi avaliar a efetividade e segurança do uso de nitazoxanida no tratamento de poliparasitoses comparado à terapêutica tradicional ofertada pelo serviço público. Além deste objetivo, foi possível investigar a prevalência e os fatores associados às parasitoses intestinais na população de Colônia do Paiol, uma comunidade quilombola, na Zona da Mata, Minas Gerais. Na comunidade analisada, procedeuse um estudo transversal por censo, sendo que dos 425 moradores, 391 (92%) foram avaliados através de questionário estruturado e exame coproparasitológico. Os resultados mostraram uma alta positividade (63,8%), sendo as espécies patogênicas mais freqüentes Ascaris lumbricoides (22,4%) e Trichuris trichiura (17,9%). O poliparasitismo ocorreu em 36,5% dos investigados. O ensaio clínico, controlado, duplo cego, randomizado avaliou 65 indivíduos em dois grupos de tratamento. A taxa de cura foi de 32,4% e 38,7% com a nitazoxanida e com o tratamento convencional, respectivamente, mas esta diferença não foi estatisticamente significativa (p=0,599). A ocorrência de vômito (p= 0,031) esteve associada ao tratamento convencional e de urina esverdeada ao uso de nitazoxanida (p=0,002). Os outros efeitos adversos foram independentes da droga. Houve diferença estatisticamente significativa em relação à cor da pele e a taxa de cura para ambos os tratamentos. A menor eficácia efetividade foi apresentada pelos indivíduos de cor preta. São necessários outros estudos para esclarecer a baixa efetividade nos casos de poliparasitismo, assim como, reavaliar as práticas preventivas e terapêuticas, com o uso de novas drogas e de agentes de largo espectro, podendo a nitazoxanida ser uma droga alternativa neste contexto. Agrega-se às novas possibilidades terapêuticas, a necessidade de políticas públicas que garantam qualidade de vida, através de saneamento básico, educação para saúde e acesso ao sistema público de saúde, minimizando as iniqüidades na sociedade.