Estudo clínico randomizado: avaliação da efetividade de um aplicativo para celulares como um auxiliar no controle da cárie da primeira infância

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Souza, Matheus Lotto de Almeida
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/25/25145/tde-22102021-120918/
Resumo: Considerando os impactos causados pela cárie da primeira infância (CPI) na vida das crianças e de seus familiares, bem como a grande difusão e influência dos meios digitais sobre a saúde das pessoas, este estudo dividiu-se em duas etapas, objetivando (1) a investigação das perspectivas dos pais sobre esta doença e (2) a avaliação da efetividade do envio de mensagens de texto via celular aos pais ou responsáveis como método auxiliar para o controle da CPI. Na primeira fase, três grupos focais (n=17) foram realizados com pais ou cuidadores de crianças atendidas nas Clínicas de Odontopediatria da Faculdade de Odontologia de Bauru. As reuniões foram gravadas em áudio e vídeo, e seu conteúdo foi transcrito na íntegra. Então, as passagens textuais foram codificadas e qualitativamente analisadas usando o software NVivo 12 Plus. Os participantes associaram a presença de lesões de cárie dentária com consequências negativas para as crianças, como problemas na dentição permanente, discriminação e danos psicológicos. Embora a higiene bucal regular e a alimentação saudável tenham sido reconhecidas como fatores importantes para o controle da CPI, dúvidas específicas sobre a dieta, uso de dentifrício, higiene bucal e erupção dentária foram detectados entre os pais. Além disso, os pais declararam que seus filhos escovam os dentes sozinhos, ingerem carboidratos fermentáveis com frequência e dormem durante a amamentação sem remoção de biofilme dentário, devido à falta de cooperação, permissividade e conveniência. Embora os pais ou cuidadores entendam os efeitos desfavoráveis da CPI na qualidade de vida das crianças, suas atitudes no manejo da doença são imprecisas e influenciadas por suas rotinas diárias, dúvidas e crenças. Na segunda fase, um estudo clínico randomizado, simples-cego e paralelo foi conduzido com 80 pares de pais e filhos com idades entre 36 e 60 meses, recrutados em pré-escolas na periferia da cidade de Bauru-SP. Os participantes foram alocados aleatoriamente em dois grupos, controle e intervenção (n=40 em cada), estratificados pelos níveis de alfabetismo em eSaúde dos pais (eHEALS) e idade, sexo e estado de saúde bucal das crianças. A cada duas semanas, mensagens de texto com conteúdos relativos ao controle da CPI, produzidas a partir dos achados da primeira fase, foram enviadas aos pais do grupo intervenção via WhatsApp. O índice de placa visível (IPV), o índice periodontal comunitário (IPC) e o Sistema Internacional de Detecção e Avaliação de Cárie (ICDAS) foram avaliados no baseline, e após 3 e 6 meses de acompanhamento após profilaxia profissional com escova elétrica. Além disso, os escores de eHEALS e os hábitos alimentarem foram determinados no baseline e no acompanhamento de 6 meses. Valores de P<0,05 foram considerados significativos. Apesar da semelhança entre os escores médios de IPV, IPC e ICDAS entre os grupos, um aumento significativo nos níveis de eHEALS e no consumo de doces sem açúcar foi detectado no grupo intervenção após 6 meses, especialmente entre os apres com pais engajados. Portanto, as mensagens de texto não foram efetivas para impedir a progressão da CPI em crianças pré-escolares de baixa renda, embora elas pareçam ser benéficas para aumentar os níveis de alfabetismo em eSaúde dos pais e de consumo de doces livres de açúcar.