Urbanização, saúde pública e sanitarismo: a luta contra a tuberculose em Juiz de Fora (1882 – 1941)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Fonseca, Maciel Antonio Silveira lattes
Orientador(a): Viscardi, Cláudia Maria Ribeiro lattes
Banca de defesa: Machado, Pedro lattes, Nascimento, Dilene Raimundo do, Sanglard, Gisele Porto, Marques, Rita de Cássia
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em História
Departamento: ICH – Instituto de Ciências Humanas
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://doi.org/10.34019/ufjf/te/2023/00095
https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/15304
Resumo: Esta tese realiza um estudo sobre a luta contra a tuberculose em Juiz de Fora, entre os anos de 1882 e 1941. Doença bacteriana endêmica, por vezes epidêmica, ao longo dos séculos a tuberculose acompanhou a humanidade, dizimando diversos grupos de pessoas. No contexto pós-revolução industrial, no século XIX, as cidades ganharam novos contornos e a expansão urbana somada à grande concentração de pessoas que migravam dos campos para as cidades resultou em uma crise sanitária e social, caracterizada pelas péssimas condições de habitação e de alimentação, deixando os indivíduos mais suscetíveis às doenças. Em Juiz de Fora, não foi diferente. Importante entreposto comercial, o município enriqueceu com a produção cafeeira, cujo capital financiou a implantação de indústrias têxteis e alimentícias no seu território. Com isso, um grande contingente de mão-de-obra imigrante se somou aos egressos da escravidão, o que culminou na disseminação de habitações coletivas e insalubres, que se mostraram focos de disseminação de doenças, como a tuberculose. Assim, visando preservar a saúde da população, sobretudo a trabalhadora, um grupo de agentes filantrópicos se reuniu para criar a Liga Mineira contra a Tuberculose, em 1900 a qual assumiu, gradativamente, parte dos serviços de saúde da municipalidade, em um contexto no qual o Estado não se incumbia dessa responsabilidade. Este trabalho, portanto, busca compreender de que forma a luta contra a tuberculose impulsionou a criação e a ampliação das políticas sanitárias em Juiz de Fora, cujos efeitos foram percebidos nas inúmeras alterações promovidas no espaço urbano. Para isso, utilizamos os relatórios anuais da Liga Mineira contra a Tuberculose, muitos dos quais foram publicados na imprensa, bem como os diversos instrumentos normativos referentes ao saneamento da cidade, a saber: Código de Posturas, legislações esparsas, embargos e alvarás emitidos pela Secretaria de Obras, boletins da Diretoria de Higiene, obituários, guias de sepultamento e outros documentos que se mostraram convenientes para fundamentar a execução desta pesquisa. Assim, percebe-se que, seguindo um movimento internacional de combate à tuberculose, Juiz de Fora, através de um seleto grupo de homens e mulheres, implementou uma série de melhorias no espaço urbano e nos serviços sanitários oferecidos, ainda que de forma desigual, à população.