Diabetes mellitus tipo 2 e depressão: uma perspectiva psiconeuroimunológica

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Freitas, Caio Mendes de lattes
Orientador(a): Mármora, Cláudia Helena Cerqueira lattes
Banca de defesa: Grincenkov, Fabiane Rossi dos Santos lattes, Teixeira, Antonio Lucio lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em Psicologia
Departamento: ICH – Instituto de Ciências Humanas
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/6838
Resumo: A presente pesquisa insere-se na perspectiva da psiconeuroimunologia e tem por objetivo investigar a sintomatologia depressiva, sua possível associação ao estresse psicológico e a marcadores endócrinos e imunológicos em pacientes portadores de Diabetes Mellitus Tipo 2 (DM2) acompanhados em um centro especializado de condições crônicas em Juiz de Fora (MG). Participaram do estudo 92 pacientes com DM2, divididos nos seguintes grupos: sem depressão (n=58), depressão leve (n=12), depressão moderada (n=8) e depressão grave (n=13). Foram utilizados o Inventário de Depressão de Beck (BDI-II) como medida de depressão, a Escala de Estresse Percebido (PPS-10) para medir o estresse, a escala SF-6D para avaliação do estado de saúde, sobre religiosidade/espiritualidade (R/E) a Medida Multidimensional Breve de Religiosidade/Espiritualidade (BMMRS-P) e outra sobre a felicidade subjetiva (Brazilian Version of The Sujective Happiness Scale). Foram investigadas as diferenças entre os grupos quanto ao estresse, R/E, felicidade, estado de saúde, variáveis bioquímicas (HbA1c e o nível da glicemia em jejum) e imunológicas (leucócitos, neutrófilos, linfócitos, monócitos). O tratamento estatístico foi realizado utilizando-se o teste qui-quadrado (x²) de Pearson para as variáveis categóricas e a análise de variância (ANOVA) e o teste de kruskal-wallis para as variáveis numéricas, seguidos de pos hoc tests (Bonferroni e Mann-Whitney, respectivamente). Obteve-se relações significativas (x²) entre o sexo (feminino) e depressão grave (p=0,021), assim como entre a dimensão fé religiosa/espiritual e gravidade do nível de depressão (p=0,001). Observou-se também uma associação significativa entre estresse percebido e depressão (p=0.000; F=35,212), assim como com estado de saúde (p=0.000; F=20,333) e o suporte religioso (p=0.013; F=3,823), bem como associações significativas entre experiências espirituais religiosas e níveis de depressão (p=0,001; H=17,352), superação religiosa/espiritual (p=0,049; H=7,847), auto-avaliação global religiosa/espiritual (p=0,001; H=13,431), e felicidade subjetiva (p=0,000; H=20,514). Os resultados do estudo podem auxiliar na elaboração de estratégias de promoção, prevenção e intervenção com foco na saúde mental de pacientes com DM, tais como psicoterapia, técnicas de relaxamento (meditação e yoga), assim como educação em diabetes, criando condições propícias para a evolução favorável da doença, tendo como conseqüência a melhoria geral na qualidade de vida destas pessoas.