Depressão, Diabetes Mellitus tipo 2 e biomarcadores inflamatórios: uma interface da psicoimunologia

• Ano de defesa: 2023
• Autor(a) principal: Freitas, Caio Mendes de
• Orientador(a): Mármora, Cláudia Helena Cerqueira
• Banca de defesa: Ferreir, Maria Elisa Caputo , Santos, Fabiane Rossi dos , Araújo, Lisiane Bizarro , Freitas, Isabelle Magalhães Guedes
• Tipo de documento: Tese
• Tipo de acesso: Acesso aberto
• Idioma: por
• Instituição de defesa: Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
• Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em Psicologia
• Departamento: ICH – Instituto de Ciências Humanas
• País: Brasil
• Palavras-chave em Português: Transtorno depressivo maior; Diabetes Mellitus tipo 2; Psicoimunologia; Type 2 Diabetes Mellitus; Major depressive disorder; Psychoimmunology
• Área do conhecimento CNPq: CNPQ::CIENCIAS HUMANAS::PSICOLOGIA
• Link de acesso: https://doi.org/10.34019/ufjf/te/2023/00133; https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/16340

A psicoimunologia é uma área de pesquisa em avanço crescente que investiga os aspectos psicológicos/comportamentais através das relações bidirecionais entre o sistema imunológico e o sistema nervoso central. A presente pesquisa tem por objetivo investigar a associação entre sintomas depressivos e de estresse e biomarcadores imunoendócrinos em pacientes com DM2, acompanhados em centros especializados de condições crônicas em Juiz de Fora (MG). Trata-se de um estudo transversal e amostra de conveniência de 129 indivíduos com DM2, divididos em: grupo 1 (n = 25) – participantes com DM2 e com depressão; grupo 2 (n = 104) – participantes com DM2 e sem depressão. Para a coleta de dados utilizou-se o Questionário sobre Saúde do Paciente (PHQ-2) como medida de depressão, a Escala de Estresse Percebido (PPS-10) e a Escala de Autoeficácia em Diabetes – Versão Curta (EAD-VC). Também foram consultados os exames de sangue recentes dos pacientes para identificar biomarcadores metabólicos e inflamatórios. Os grupos foram semelhantes quanto à idade, sexo, percentual de pacientes com DM2 controlada, glicemia de jejum, HbA1c, tabagismo e consumo de álcool. Ademais, não foram observadas diferenças significativas entre os grupos quanto aos leucócitos, neutrófilos segmentados, linfócitos normais, monócitos, plaquetas e as razões neutrófilo/linfócito, monócito/linfócito e plaqueta/linfócito. Por outro lado, o tempo de diagnóstico de DM2 foi maior no grupo sem depressão. No modelo linear generalizado multivariado tendo como desfecho a razão monócito/linfócito, a presença de depressão e o tempo de diagnóstico não foram variáveis significativas. O Escore EAD-VC foi associado à HbA1c (rho = -0,278; P = 0,002), aos neutrófilos segmentados (rho = -0,20; P = 0,023) e às razões neutrófilo/linfócito (rho = -0,22; P = 0,011) e monócito/linfócito (rho = -0,354; P < 0,001). Além disso, foi observada correlação positiva entre o escore PHQ2 e os leucócitos (rho = 0,174; P = 0,050). Ressalta-se a importância de um centro especializado no tratamento de diabetes, que propicia maior acesso às orientações de autocuidado, podendo diminuir o risco de complicações clínicas e facilitar o manejo da doença, sendo assim um fator protetivo contra a depressão.