Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2017 |
Autor(a) principal: |
Andrade, Elisabeth Campos de
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Orientador(a): |
Bastos Netto, José Murillo
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Banca de defesa: |
Calado, Adriano Almeida
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Lovisi, Júlio César Moraes
,
Lopes, Humberto Elias
,
Pinto, Patrícia Cristina Gomes
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Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-graduação em Saúde Brasileira
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Departamento: |
Faculdade de Medicina
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/5796
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Resumo: |
A testosterona é frequentemente utilizada no período pré-operatório da cirurgia nos casos de hipospádia grave. Estudos anteriores demonstraram a presença de receptores androgênicos em miócitos cardíacos que podem modular o fenótipo. O uso de doses suprafisiológicas de andrógenos pode levar à toxicidade no músculo cardíaco e, em alguns casos, à hipertrofia ventricular esquerda. Este ensaio clínico randomizado duplo-cego controlado visa avaliar o efeito do uso de testosterona tópica sobre o pênis no índice de massa ventricular esquerda em meninos com hipospádia. Foram incluídos meninos com hipospádia de 6 meses a 9 anos. Os meninos foram divididos em dois grupos: G1 - meninos que receberam creme de propionato de testosterona 1%, duas vezes ao dia, durante 30 dias e G2 - meninos que receberam creme placebo na mesma posologia. Todos os meninos foram submetidos à avaliação ecocardiográfica bidimensional para medir o índice de massa ventricular esquerda e a exame físico para avaliação da pressão arterial e do índice de massa corporal antes do tratamento, ao seu término e 60 dias após. Foram determinados os níveis de testosterona sérica, LH e FSH. Trinta e cinco meninos foram analisados, sendo 17 no G1 e 18 no G2. Não foram encontradas diferenças no índice de massa do ventrículo esquerdo (massa ventricular esquerda indexada pela área de superfície corporal) antes do tratamento. O índice de massa do ventrículo esquerdo foi de 59,21 ± 11,91 g/m² em G1 e 55,12 ± 8,29 g/m² em G2 (p=0,244) ao final do tratamento e 61,13 ± 11,69 g/m² em G1 e 62,84 ± 35,99 g/m² em G2 (p=0,852) 60 dias após. Os níveis séricos de testosterona foram 12 [7-80] ng/dL em G1 e 5 [5-7] ng/dL em G2 (p=0,018) ao final do tratamento e 10 [5-11] ng/dL em G1 e 5 (4-5) ng/dL em G2 (p=0,155), 60 dias após. Houve um pequeno aumento na pressão arterial sistólica (PAS) ao final do tratamento (83,82 ± 7,18 mmHg) no grupo que recebeu testosterona (G1) comparado com o grupo que recebeu placebo (G2), 77,5 ± 6,69 mmHg (p=0,010). Após 60 dias, os níveis de PAS retornaram aos níveis basais em G1 (82,35 ± 5,62 mmHg) e em G2 (81,38 ± 4,79 mmHg) (p=0,588). A testosterona tópica pode ser considerada segura no período pré-operatório de meninos com hipospádias sem risco de hipertrofia ventricular esquerda. Houve um aumento dos níveis de PAS durante o uso da testosterona, que foi transitório, retornando a níveis normais 60 dias após a suspensão da droga. |