Adesão ao tratamento na doença renal crônica

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2010
Autor(a) principal: Magacho, Edson José de Carvalho lattes
Orientador(a): Bastos, Marcus Gomes lattes
Banca de defesa: Costa, Darcilia Maria Nagen da lattes, Maranduba, Aurelio lattes, Suassuna, Natália Maria da Silva Fernandes lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em Saúde Brasileira
Departamento: Faculdade de Medicina
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/3902
Resumo: Trata da avaliação da adesão medicamentosa em pessoas que desenvolveram a doença renal crônica já que favorece a ocorrência de desfechos clínicos desfavoráveis. O uso irregular das medicações pode impactar desfavoravelmente o curso da doença renal crônica (DRC), relativamente à progressão da doença e ocorrência de morbimortalidade cardiovascular. O presente estudo objetivou identificar os fatores associados à adesão medicamentosa em pacientes com doenças renais, acompanhados num ambulatório de nefrologia de atendimento multidisciplinar. Trata-se de um estudo de coorte prospectivo, realizado por um ano a partir de outubro de 2007, envolvendo 149 pacientes, convidados a participar do estudo no momento do seu comparecimento para consulta. A adesão medicamentosa foi avaliada pelo método do autorrelato em entrevista no início da pesquisa (período basal) e 12 meses após. Foi avaliada a adesão às classes medicamentosas de anti-hipertensivos betabloqueadores (BB), inibidores da enzima de conversão da angiotensina (IECA), bloqueador de receptor da angiotensina (BRA), bloqueadores de canais de cálcio (BcCa), diuréticos, às estatinas e ao ácido acetil salicílico. Foi considerado aderente o paciente que relatou os medicamentos e respectivas quantidades de comprimidos em uso prescrito na consulta que antecedeu a entrevista. O teste Minimental State Examination (MMSE) foi utilizado para excluir pacientes com declínio cognitivo. Na análise univariada realizada no período basal, os pacientes aderentes (82,6%) diferiram dos não aderentes (17,4%) por apresentar menor média de idade (49 ± 16,8 vs 59 ± 14,1, p=0,006), fazer uso de menor número de comprimidos por dia (6,3 ± 3,9 vs 8,5 ± 4,3, p=0,008), apresentar menor média de creatinina sérica (1,84 ± 0,91 vs 2,32 ± 1,25, p=0,030), maior média de filtração glomerular (52,1 ± 29,31 vs 35,24 ± 19,03, p=0,01), não apresentar a doença coronariana (0R=0,295,IC95%=[0,096-0,902],p=0,037) como comorbidade mais frequente, e não depender de cuidador na administração dos seus medicamentos (0R=4,163,IC95%=[1,688-10,269],p=0,003). Após ajuste do modelo de regressão logística, permaneceram como fatores significativamente associados à não adesão o uso de mais que cinco comprimidos por dia (IC95%=[0,99-7,41],p=0,052) e a administração da medicação feita por terceiros (OR=3,53,IC95%=[1,39-8,89],p=0,007). Na avaliação longitudinal foi observado que o percentual de não aderência aumenta com o tempo, quando se compara o período basal com a avaliação final aos 12 meses (17% VS 27%, p= 0,04). Conclusão: Na população estudada, a não aderência foi identificada em 17,8% de pacientes e apresentou associação significativa com o maior número de comprimidos em uso por dia e à administração dos medicamentos por terceiros e aumenta com o passar do tempo.