Compreensão infantil da ironia em livros de histórias e sua importância para o desenvolvimento sociocognitivo

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Pelisson, Maíze Carla Costa lattes
Orientador(a): Rodrigues, Marisa Cosenza lattes
Banca de defesa: Pereira-Silva, Nara Liana lattes, Spinillo, Alina Galvão lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Juiz de Fora
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em Psicologia
Departamento: ICH – Instituto de Ciências Humanas
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/1505
Resumo: A capacidade de compreender estados mentais como intenções, desejos, crenças e emoções é denominada na literatura como teoria da mente. Tal capacidade possibilita à criança entender e predizer o comportamento próprio e alheio, sendo um dos marcos para o desenvolvimento sociocognitivo infantil. Estudos, envolvendo as relações entre a teoria da mente e a linguagem, têm evidenciado o potencial dos livros de histórias infantis como fonte de conhecimento e compreensão dos estados mentais, uma vez que diferentes aspectos são identificados no conteúdo das histórias, como situações de crenças divergentes da realidade, ironia e situações envolvendo pistas sociais. Do ponto de vista sociocognitivo, a ironia constitui um aspecto de relevância, pois fornece informações sobre mentes e experiências subjetivas utilizando de uma perspectiva sutil sobre os pensamentos, desejos e sentimentos alheios, o que pode produzir um efeito benéfico no aprimoramento da compreensão infantil dos estados mentais. O presente estudo investigou a compreensão da ironia contida em dois livros de histórias infantis (L1 e L2), divergentes quanto ao nível de complexidade da ironia contida na narrativa, em 61 pré-escolares de 5 e 6 anos, oriundos de uma escola privada de educação infantil da rede de ensino de uma cidade da zona da mata mineira. A avaliação foi realizada de forma individual, iniciando-se com a aplicação do Teste de Vocabulário Auditivo (TVAud), para avaliação da linguagem receptiva e expressiva, visando identificar possíveis diferenças linguísticas entre grupos de crianças com a mesma faixa etária. Posteriormente, realizou-se a leitura oral de cada livro para a criança e aplicou-se uma tarefa de compreensão textual e quatro tarefas de compreensão da ironia respectivas a cada história. Os resultados evidenciaram uma correlação positiva entre a compreensão textual e a compreensão da ironia na história de L1. Verificou-se que as crianças, de ambos os grupos etários e gêneros, não se divergiram quanto ao nível de compreensão da ironia nos dois livros, tendo apresentando uma compreensão satisfatória da ironia contida em L1 e uma compreensão parcial da ironia contida em L2. Espera-se que os resultados possam aprofundar as investigações a respeito desta temática, ainda escassa, tanto no contexto nacional quanto internacional. Almeja-se que os resultados ofereçam subsídios para ações promotoras educativas quanto às formas de utilização dos livros de histórias e de exploração das ironias presentes nas narrativas, bem como reforcem a necessidade de que as atividades leitoras sejam mais valorizadas e sistematicamente integradas aos currículos escolares como metodologia que enriqueça a prática de profissionais que atuam na área educacional.